Tuesday, October 10, 2006

TABU


“Os negócios no sector da defesa são os segundos (os primeiros são os das obras públicas/construção) mais propensos à corrupção. A Comissão Europeia e a OMC querem regular este negócio e acabar com a falta de transparência e de responsabilização. Portugal tem, neste momento, em curso, contratos de aquisição de material militar que custam quase tanto como três pontes Vasco da Gama” in PÚBLICO 9/10/2006.

De vez em quando, timidamente, vêm à tona os submarinos. Depois, como é próprio dos submarinos, os submarinos desaparecem. Ninguém fala deles, não se sabe deles, se estão vivos se mortos, se estão a crescer ou na mesma.

Discute-se o TGV, a Ota, as Scut, o que é salutar, porque faz bem à dieta a que o País não pode deixar de se submeter, pela incontornável razão de não haver dinheiro para tudo e as máquinas emissoras terem os seus programas de fabrico controlados. Dos submarinos não há notícias nem preocupações. Faltará dinheiro para as pensões, não faltará para os submarinos.

Por carotes que sejam, os submarinos são, pelos vistos, indispensáveis e, sendo indispensáveis, são indiscutíveis. Os submarinos e tudo o mais que precisamos para a nossa defesa.

Qual defesa? A defesa não se discute. Discute-se se um batalhão, uma companhia, um simples pelotão de tropas, deve ser enviado para o Líbano, Timor ou Afeganistão. O que não se discute é o que a tropa faria ou que faríamos com a tropa se não fossem estas encomendas de participação em missões fora de portas.

A tropa, está mais que visto, do que precisa é de encomendas.


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