Uma questão que raramente se vê abordada pelos jovens neoliberais da nossa praça é o pagamento de propinas nas Universidades Públicas. A redução do perímetro das atribuições do Estado é glosado de forma recorrente, os blogs neoliberais passam repetidamente a mesma música. Admito que a ressalva decorra do facto de todos eles, muito provavelmente bons alunos para terem entrada na Pública, que até ver, e salvo raras excepções (uma?) é preferida às privadas, não pretenderem negar aos vindouros a benesse que, apesar das suas convições anti-estatais, lhes serviu bastante bem. Daí a concessão. Até porque, da mesma fonte, retiraram vantagens para se mestrarem e se doutorarem.
De vez em quando deixo-lhes um repto. Fazem de conta que não percebem. Alguns falam, vagamente, em "cheque-estudante", ou coisa parecida, sem referirem quem seriam "checados". Imagino que todos. O Estado pagava, cada um escolhia a Escola, a Universidade, o doutoramento no estrangeiro que entendesse.
A propósito disto, deixei hoje em
O Insurgente , um comentário a propósito de um post "Rankings" sobre o mérito relativo das Escolas Secundárias:
A questão dos rankings é interessante mas a questão do acesso às Universidades pode ter pouco a ver com a questão.
As Universidades Públicas deveriam cobrar propinas equivalentes aos custos dos cursos ministrados. Teríamos melhores escolas, melhores professores, melhores alunos.
Acabar-se-ia com a irresponsabilidade actual de um qualquer pretender tirar um Curso sem cuidar de saber da sua saída profissional. E em muitos casos, sem cuidar de aprender.
As vagas apareceriam para toda a gente verdadeiramente interessada em estudar e não em tirar um canudo para se chamar doutor.
Àqueles que mostrassem mérito e insuficiência de meios, as próprias Universidades deveriam oferecer bolsas de estudo socialmente aceitáveis.
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