Saturday, November 06, 2010

O MAIS PODEROSO

Considerado pela Forbes o mais poderoso do mundo, Hu Jintao está em Portugal para fazer compras: desde o BCP (maior banco chinês negoceia compra de dez por cento do capital do BCP, lê-se no Público), dívida soberana, e, obviamente, o alinhamento político de Portugal, nomeadamente à volta da mesa do Conselho de Segurança da ONU. 

É mau? É bom?

A banca portuguesa já é em grande parte dominada por investidores estrangeiros (angolanos no BCP, franceses no BES, brasileiros e catalães no BPI) e ninguém viu, até agora, mal nisso. A entrada chinesa na banca portuguesa não será  melhor nem pior que qualquer outra. Ficarão os interesses dos depositantes mais ameaçados ou a economia portuguesa mais vulnerável com a crescente participação de investidores estrangeiros na banca, dita, portuguesa?

Num tempo de extrema incerteza, quando os juros da dívida pública atingem máximos históricos (6,798%, ontem), a entrada da China só pode considerar-se positiva mesmo atendendo aos inerentes custos políticos.
De qualquer modo, não é com investimento financeiro que se resolverão os problemas fulcrais de Portugal. 
A solução não passa por mais endividamento, quer ele seja concedido por alemães, franceses ou chineses, mas pelo aumento da produção de bens e serviços que reduzam a nossa dependência externa.

E essa redução não depende apenas, nem sequer essencialmente, de mais dinheiro.

2 comments:

A Chata said...

Sem emprego os rendimentos para o consumo têm que vir de empréstimos ou subsídios do Estado que vêm de empréstimos estrangeiros.
Sem emprego não há produção, não há exportação.
O dinheiro que nos emprestam destina-se a comprar os produtos que outros fabricam e, logo, voltar à sua origem aumentando apenas a nossa dívida.

Até quando?

Como será o Mundo dominado pela China?
Diferente do que conhecemos, dominado pelos EUA, sem dúvida mas, como?

rui fonseca said...

"Como será o Mundo dominado pela China?"

Não faço a mínima ideia. Mas faço ideia que tal não acontecerá nos próximos 50 anos.

Antes disso, o sistema capitalista em ditadura que caracteriza a China de hoje implodirá.