Os empréstimos da CGD ao BPN estiveram, como era de esperar, na origem de interpretações diferentes durante o debate parlamentar de hoje na AR para a discussão do "Programa de Governo": Para o BE, o Estado gastou até agora três e meio mil milhões de euros no BPN, um montante que permitiria resolver muitas carências sociais e ainda sobrava dinheiro; respondeu o Governo, através do Ministro das Finanças, que o Governo não gastou ainda um cêntimo com o BPN. O que é verdade.
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Mas deixará, um destes dias de ser, quando se souber a dimensão que atingiu o buraco chamado BPN. Com a CGD irresponsabilizada (os empréstimos têm o aval do Estado), essa irresponsabilidade obscurece a quantificação das operações de crédito incobráveis do BPN. Só no fim do filme saberemos quanto terão de pagar os contribuintes portugueses. Por agora, com estes empréstimos o BPN devolve aos clientes que se apresentam aos balcões a liquidar os depósitos e paga os empréstimos contraídos junto de outras instituições de crédito. No fim, sobrarão os activos válidos. Quanto valerão? Muito provavelmente, pouco. Porque, sabe-se que há várias operações danosas em averiguação na polícia, haverá muitos créditos incobráveis, os activos fixos estarão depreciados pelas circunstâncias em que o BPN foi colocado.
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Feitas as contas se não forem três e meio mil milhões de euros, se forem apenas metade, serão um ainda uma carga insuportável para os contribuintes já crescentemente altamente endividados.
Meio aeroporto a voar.
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