Se uma maioria negativa (a designação não é minha) pode travar a avaliação de professores, o Governo pode furar a coligação ocasional que a suporta aliciando um dos parceiros de circunstância para um acordo bilateral. Portas, como se previa antes dos resultados eleitorais e se confirmou na noite das eleições, vai estar disponível para as aberturas ao Governo que lhe permitam protagonismo e afirmação mediática numa altura em que o PSD anda mais uma vez à procura de um treinador.
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Durante a discussão do programa do Governo, Portas foi espectacular para as câmaras nas suas invectivas contra o executivo mas deixou subliminarmente ao PM a possibilidade de aceitar aprovar um modelo de avaliação refundido sem suspender o que ainda vigora. Sócrates agradeceu-lhe a mensagem e passou a nota à Ministra da Educação que vai iniciar negociações com os sindicatos na próxima terça-feira* com esta indicação em carteira. No canto dos, assim minoritários, o PSD junta-se ao BE e ao PCP.
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Mas se a maioria negativa pode não vir a concretizar-se a propósito da avaliação dos professores, já o outro tema forte durante a discussão do Programa do Governo - a corrupção - tem condições para juntar na mesma frente os partidos da oposição na imposição de leis que garantam um efectivo combate a um dos factores que mais corroem o tecido económico em Portugal, e a que o PM se opôs durante o seu primeiro mandato.
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Teremos a sorte de ver essa maioria positiva (a designação é minha) funcionar? Depende, fundamentalmente, do PSD. Nela estaria a grande oportunidade para ele se reabilitar da sua conexão com algumas ligações perigosas e voltar a afirmar-se como partido alternativo de poder. Mas, sem rei nem roque, é mais provável que não haja nele quem mande substituir a tempo e horas os telhados de vidro do albergue.
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