A TIME elegeu, na sua última edição deste ano, o “Blogger” como “Personalidade do Ano”.
A história do ano eleita pela mesma revista foi, sem surpresas, a Guerra do Iraque. Para dissecar a golpes largos os começos desta guerra, que ninguém arrisca apostar como vai acabar (a generalidade da opinião dos responsáveis pela condução das hostilidades concorda com a imprevisibilidade dos resultados de qualquer estratégia que venha a ser adoptada a partir de agora), a TIME convidou seis autores de livros dedicados à Guerra do Iraque:
The Real War – What led so many post-9/11 fumbles? A group of intrepid authors gives us answers.
Não dão. A conversa à volta da mesa não dá respostas concludentes nem consensuais sobre as causas próximas nem sobre os atropelamentos observados até agora. Ao ler os diferentes depoimentos fica-se com a conclusão de que há muita interrogação para desbravar nos princípios da história, que, tudo leva a crer, ainda está longe de findar. Já as histórias por eles contadas – State of Denial (Woodward Ricks), Cobra II (General Bernard Tainor/Michael Gordon), The One Percent Doctrine (Ron Suskin), The Looming Tower (Lawrence Wrigt), parecem resumir o fim da história no título da última delas: Fiasco, de Thomas E. Ricks.
Nada disto é surpreendente, e é esperável que muitos aspectos que rodearam o avanço, aparentemente inesperado e impreparado, se mantenham inexplicados durante muitos anos ainda.
Surpreendente, contudo, continua a ser a quase ausência de referência aos interesses estratégicos dos norte-americanos naquela zona do globo, interesses esses que começaram a ser demarcados nos princípios do século passado e se reforçaram de forma muito nítida no período entre as duas guerras mundiais. Interesses esses que não são exclusivamente norte-americanos porque é cada vez mais flagrante a sua importância para todo o mundo, incluindo a Rússia, que passou à qualidade de grande exportador com a intensificação da exploração dos seus recursos de crude e o relativamente ainda baixo índice dos seus consumos.
Apenas Michael Gordon (Cobra II), respondendo à questão “When it comes to war planning, military commanders are told to prepare for the worst. Why was hope such an important of the tool kit this time?
tocou no assunto:
Well, they in fact prepared for the worst. But they were very much fighting the last war. I mean, they were worried the oil fields would be set on fire. Why? Because Saddam had set the Kuwaiti oil fields on fire. So they entered the situation prepared for all the things that didn’t happen and not the things that did.
O que, claramente, parece melicianice a mais (ou excesso de instinto de rebanho) considerando que estamos perante as forças militares supostamente mais bem apetrechadas e preparadas do mundo, em todos os sentidos, e aquelas que, por outro lado, têm vindo a intervir em várias partes do globo, quase continuamente há quase um século.
Lonely blogger, sem riscos nem recompensas, pela minha parte não vejo razão para alterar a minha aposta: Os EUA estão no Iraque por amor ao petróleo e não vão sair de lá enquanto não puderem prescindir dele.
E, sem nada a perder por isso, aposto a dobrar.
E se a guerra não se eternizar pode acontecer que ainda tenha a sorte de poder reconhecer que perdi.
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