Há dias os jornais noticiaram que não tendo Ricardo Salgado obtido o apoio do governo português para obter um empréstimo de 2,5 milhões de euros, tanto quanto precisa para resolver a insolvência do segmento não financeiro do grupo, junto da Caixa Geral de Depósitos e do BCP, teria voado para Luanda à procura desses meios. E mais não se sabe.
E, no entanto, as relações financeiras entre os dois países nunca foram tão intensas como hoje. O que se passa em Angola passou a ser muito relevante para Portugal considerando o fluxo de investimentos financeiros de angolanos no nosso país. A inversa já é menos evidente. Em todo o caso o vôo a Luanda do ainda presidente do BES confirma que é pela normal interconexão de interesses particulares entre personalidades dos dois países que se suporta a crescente interdependência económica entre Portugal e Angola.
Nada de anormal se dessa interconexão não resultarem efeitos colaterais negativos para os povos de um lado e de outro e infectarem as relações entre os dois povos. A propósito, recebi hoje via e-mail um artigo publicado em "Rede Angola" - "O Grande Kilapi", interessantíssimo na forma como revela um caso onde a sugestão de um palalelismo com o que se passou em Portugal não passa despercebido mesmo ao leitor menos atento.
Transcrevo parte, mas o artigo merece uma leitura inteira:
"Foi notícia muito recentemente que o BESA (Banco Espírito Santo Angola), a sucursal local do BES (Banco Espírito Santo) foi desfalcado em cerca de 525 milhões de dólares, que são simplesmente um décimo dos 5,7 mil milhões de dólares que o banco emprestou sem proceder ao registo de quem recebia estes valores". ... "O capital vem do estrangeiro, ou pelo menos é de um banco estrangeiro. É, portanto, dinheiro privado. É emprestado a privados também. Mas, os valores não são devolvidos (pela simples razão de que os funcionários do banco nem sequer se deram o trabalho de registar os nomes das pessoas a quem se emprestava dinheiro). E aí o Estado entra. Parece que o Estado está a salvar o banco, e com isso salvar a economia angolana. Mas o que se passa na verdade é uma transferência de capitais do Estado para privados, através de intermediação de capitais estrangeiros. Ainda não temos uma bolsa de valores, mas já fazemos parte da grande finança internacional".
Nada de anormal se dessa interconexão não resultarem efeitos colaterais negativos para os povos de um lado e de outro e infectarem as relações entre os dois povos. A propósito, recebi hoje via e-mail um artigo publicado em "Rede Angola" - "O Grande Kilapi", interessantíssimo na forma como revela um caso onde a sugestão de um palalelismo com o que se passou em Portugal não passa despercebido mesmo ao leitor menos atento.
Transcrevo parte, mas o artigo merece uma leitura inteira:
"Foi notícia muito recentemente que o BESA (Banco Espírito Santo Angola), a sucursal local do BES (Banco Espírito Santo) foi desfalcado em cerca de 525 milhões de dólares, que são simplesmente um décimo dos 5,7 mil milhões de dólares que o banco emprestou sem proceder ao registo de quem recebia estes valores". ... "O capital vem do estrangeiro, ou pelo menos é de um banco estrangeiro. É, portanto, dinheiro privado. É emprestado a privados também. Mas, os valores não são devolvidos (pela simples razão de que os funcionários do banco nem sequer se deram o trabalho de registar os nomes das pessoas a quem se emprestava dinheiro). E aí o Estado entra. Parece que o Estado está a salvar o banco, e com isso salvar a economia angolana. Mas o que se passa na verdade é uma transferência de capitais do Estado para privados, através de intermediação de capitais estrangeiros. Ainda não temos uma bolsa de valores, mas já fazemos parte da grande finança internacional".
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