"Jean-Claude Juncker é perigoso, bêbado, anti-britânico, arqui-eurofederalista, o pai foi recrutado pela Wehrmacht. É assim que em caricatura - vd. aqui - a imprensa britânica vê Jean-Claude Juncker, o ex-primeiro ministro luxemburguês que os líderes da União Europeia (UE) escolheram hoje como próximo presidente da Comissão Europeia, uma escolha que será sujeita à votação do Parlamento Europeu no próximo dia 16 de Julho. "Tudo indica que os
primeiros-ministros do Reino Unido e da Hungria, David Cameron e Viktor
Orban, foram os únicos que se opuseram à escolha do
ex-primeiro-ministro do Luxemburgo, por causa das suas convicções
marcadamente federalistas. - cf. aqui".
Para Cameron a nomeação de Juncker poderá precipitar a saída do Reino Unido da UE.
Mas são desculpas de mau pagador. Cameron sabe que o apoio, decisivo, de Merkel, ou a sua não oposição, à nomeação de Juncker, é praticamente inócuo para o futuro próximo da UE. O senhor Juncker será federalista quanto a chanceler alemã e os seus aliados do norte lhe consentirem. Se, realmente, a presidência da Comissão Europeia tivesse capacidade suficiente para conduzir os destinos da UE, quem se candidataria ao lugar seria Merkel e não um qualquer segundo plano da elite política europeia.
Mas são desculpas de mau pagador. Cameron sabe que o apoio, decisivo, de Merkel, ou a sua não oposição, à nomeação de Juncker, é praticamente inócuo para o futuro próximo da UE. O senhor Juncker será federalista quanto a chanceler alemã e os seus aliados do norte lhe consentirem. Se, realmente, a presidência da Comissão Europeia tivesse capacidade suficiente para conduzir os destinos da UE, quem se candidataria ao lugar seria Merkel e não um qualquer segundo plano da elite política europeia.
Cameron sabe que se não quiser ou não puder estancar o crescente populismo, que se alimenta de um eurocepticismo que não é mais que um travesti de nacionalismo, o referendo justificará os seus propósitos de abandonar a UE. O senhor Juncker nada atrasará nem adiantará quanto ao assunto. Nem quanto a todos os outros realmente relevantes. Bêbado, ou não, não sei. Perigoso, pelas acusações britânicas, não será, até porque não pode.
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