Estará o papel condenado a desaparecer das mais variadas funções que hoje desempenha?
Há sinais de que em alguns sectores isso possa acontecer a médio prazo. A progressão da comunicação social em meios audio visuais e internet parece condenar os jornais impressos ao desaparecimento. A passagem do papel para o online está a acelerar, as tiragens estão a descrescer por todo o mundo. As reportagens sobre o assunto abundam e são concludentes no mesmo sentido: um dia destes não haverá jornais impressos e o papel de jornal passará à história. E o papel de impressão e escrita, o papel de embalagem, o papel higiénico, o papel moeda, o papel decorativo, o papel de fotocópia, o papel fotográfico, o papel termolaminado, etc., etc., um mundo enorme e variado em expansão?
- Ah! Mas no que toca a escrever, a miudagem de hoje já não pega em papel e lápis, ou esferográfica, tem os computadores, os tabletes, já estão de tal modo habituados aos meios electrónicos e às imagens virtuais, não há nada nem ninguém que possa fazer parar este processo de extinção do papel na função da escrita. Um dia destes as facturas, recibos, avisos, serão todos electrónicos, os livro ibuques, os cartões de embarque no aeroporto substituidos pelas imagens recebidas nos tabletes ou nos telemóveis, que serão mais parecidos entre si.
- É possível um mundo sem papel? Talvez. E, no entanto, a produção de papel em geral continua a crescer em todo o mundo, recua em alguns tipos mas acelera noutros, e sobretudo cresce bastante onde os consumos per capita são ainda muito baixos, na China, por exemplo.
- As novas gerações de chineses já se iniciam na escrita com os meios electrónicos ...
- Curiosamente, o New York Times publicava há dias um artigo - What´s Lost as Handwriting Fades -
que, resumidamente, relata que psicólogos e neurocientistas concluiram que "as crianças não só aprendem a ler mais rapidamente quando começam por escrever manualmente como memorizam melhor a informação e tornam-se mais criativos. Dito de outro modo, não é o que escrevemos que mais importa mas como o fazemos." Aliás, passa-se uma situação semelhante com o uso generalizado de calculadoras desde o ensino elementar. Habituados à máquina e completamente inabilitados de cálculo mental, falta-lhes depois sentido crítico quando confiam cegamente nos resultados obtidos na calculadora, que, mesmo que estejam redondamente errados, não lhes faz tinir o mínimo alarme.
- Isso é verdade. Mas a pressão para a adopção dos meios electrónicos é enorme. Veja o caso das facturas electrónicas da água, do gás, da electricidade, das telecomunicações, os extratos e outros documentos bancários. "Opte pela factura electrónica e poupe não sei quantas árvores!"
- Esse slogan, que se insinuou generalizadamente na opinião pública, é uma barbaridade que a mais notória evidência contraria. Mesmo nos países escandinavos onde o crescimento das árvores é muito lento e a indústria papeleira tem uma importância económica enorme a mancha florestal tem crescido incessantemente ao longo dos últimos cem anos. O que não surpreende uma vez que nunca uma sociedade ajuizada mata as galinhas dos ovos de ouro. Há muitos mais frangos hoje que havia ontem e o consumo de frangos continua em crescendo. Já o contrário acontece com os burros: há cada vez menos e não consta que haja matança dos simpáticos animais, outrora muito úteis.
- Mas que há muita gente a aderir à factura electrónica, há.
- Pois há. E muitos imprimem-nas depois em casa, com papel e tinta por sua conta. É sempre possível especular sobre a evolução futura. Há até quem preveja que um dia a alimentação seja tomada em pílulas e o homem, por isso, nasça sem dentes, como as galinhas.
Coitados deles que não poderão sorrir.
- É possível um mundo sem papel? Talvez. E, no entanto, a produção de papel em geral continua a crescer em todo o mundo, recua em alguns tipos mas acelera noutros, e sobretudo cresce bastante onde os consumos per capita são ainda muito baixos, na China, por exemplo.
- As novas gerações de chineses já se iniciam na escrita com os meios electrónicos ...
- Curiosamente, o New York Times publicava há dias um artigo - What´s Lost as Handwriting Fades -
que, resumidamente, relata que psicólogos e neurocientistas concluiram que "as crianças não só aprendem a ler mais rapidamente quando começam por escrever manualmente como memorizam melhor a informação e tornam-se mais criativos. Dito de outro modo, não é o que escrevemos que mais importa mas como o fazemos." Aliás, passa-se uma situação semelhante com o uso generalizado de calculadoras desde o ensino elementar. Habituados à máquina e completamente inabilitados de cálculo mental, falta-lhes depois sentido crítico quando confiam cegamente nos resultados obtidos na calculadora, que, mesmo que estejam redondamente errados, não lhes faz tinir o mínimo alarme.
- Isso é verdade. Mas a pressão para a adopção dos meios electrónicos é enorme. Veja o caso das facturas electrónicas da água, do gás, da electricidade, das telecomunicações, os extratos e outros documentos bancários. "Opte pela factura electrónica e poupe não sei quantas árvores!"
- Esse slogan, que se insinuou generalizadamente na opinião pública, é uma barbaridade que a mais notória evidência contraria. Mesmo nos países escandinavos onde o crescimento das árvores é muito lento e a indústria papeleira tem uma importância económica enorme a mancha florestal tem crescido incessantemente ao longo dos últimos cem anos. O que não surpreende uma vez que nunca uma sociedade ajuizada mata as galinhas dos ovos de ouro. Há muitos mais frangos hoje que havia ontem e o consumo de frangos continua em crescendo. Já o contrário acontece com os burros: há cada vez menos e não consta que haja matança dos simpáticos animais, outrora muito úteis.
- Mas que há muita gente a aderir à factura electrónica, há.
- Pois há. E muitos imprimem-nas depois em casa, com papel e tinta por sua conta. É sempre possível especular sobre a evolução futura. Há até quem preveja que um dia a alimentação seja tomada em pílulas e o homem, por isso, nasça sem dentes, como as galinhas.
Coitados deles que não poderão sorrir.
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