o partido está primeiro,
e corria o risco de se partir se algum compromisso de salvação nacional fosse subscrito pelo seu secretário-geral. Mário Soares, porta voz de todos os que ameaçavam abandonar o partido se algum acordo fosse subscrito pelo PS, manifestou imediatamente a sua satisfação pelo anúncio da ruptura das negociações. O conjunto de medidas apresentado pelo PS, uma versão apressadamente adaptada da moção apresentada por Seguro ao Congresso, é um documento pensado com o objectivo de ser divulgado logo que a pretendida ruptura das negociações fosse anunciada.
O documento apresentado pelo PSD, sendo menos panfletário que o do PS, amarra-se a objectivos precisos que eliminavam a priori a possibilidade de negociações de objectivos de princípio. Aliás, não é perceptível como pode a persistência do PSD com medidas também contestadas publicamente pelo CDS acomodar-se com a entrega a Paulo Portas da responsabilidade pelas negociações com a troica, a reestruturação do Estado, e a supervisão da gestão das pastas da Economia, da Solidariedade e Segurança Social e da Agricultura e Mar, se o PR vier, como tudo indica neste momento, a aceitar a remodelação que lhe tinha sido proposta.
Sabemos, agora, que o compromisso de salvação nacional estava comprometido à partida pelas segundas intenções do PS e do PSD. Não se conhece ainda o documento apresentado pelo CDS. Mas sendo conflituantes os objectivos, reconfirmados por Passos Coelho na AR durante a discussão da moção de censura, e também, logo depois no Conselho Nacional do PSD, de continuidade da política financeira prosseguida com Vítor Gaspar, e que suscitou a demissão de Paulo Portas, não sabemos que compromisso existe entre Passos Coelho e Paulo Portas de salvação da actual coligação.
Saberá o PR?
Paulo Portas aceitou revogar tudo o que disse além da irrevogabilidade da demissão que apresentou?
Este governo durará até ao próximo tropeção nas contradições entre a determinação cega do primeiro-ministro e a determinação táctica do vice-primeiro ministro para não desaparecer da cena política e reduzir o partido à expressão mais simples.
Assim vai a salvação de Portugal.
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