"All polls indicate that institutional parties should have no difficulties in forming a government at the next elections." - vd. - aqui
Recorro ao "Margens de Erro" e a sondagem mais recente citada aponta para PS: 33.9%, PSD: 23.7%, CDU: 13.2%, CDS-PP: 9.1%,BE: 8.9% .
Outros resultados: 57% (contra 33%) acham que "um governo de coligação entre o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda" não "seria capaz de responder aos desafios que Portugal está a viver", 40% acham que "chegaremos a Junho de 2014" "melhor"ou "muito melhor", enquanto que 32% "pior" ou "muito pior", 66% acham "devem-se fazer as eleições no seu período normal" (contra 31% que querem legislativas com autárquicas).
Não. Não concordo que os partidos não teriam dificuldades em formar governo, que pudesse governar. Mas, para além disso, existe todo um conjunto de condicionamentos, que CS referiu ontem, que tornam não recomendáveis as eleições em Setembro próximo.
Também não concordo que um governo de coligação alargada restrinja a possibilidade dos portugueses descontentes com a governação de terem um partido institucional em quem votar. Todos os partidos têm um conjunto relativamente estável de votantes fiéis. Os restantes, flutuantes, que decidem os resultados das eleições são, regra geral, mais perspicazes, porque não são ideologicamente marcados, para analisar o comportamento de cada partido dos coligados.
Do meu ponto de vista, a decisão de CS só peca por tardia, o que a torna a solução mais complicada.
CS não deveria ter dado posse ao segundo governo (minoritário) de Sócrates quando já era muito evidente o crescimento incontido das dificuldades estruturais da economia portuguesa, nem do governo de Passos Coelho sem a integração nele do PS, negociador e primeiro subscritor do acordo com a troica.
Coligações fazem-se em quase todo o lado. Em Portugal falham porque os políticos portugueses, em geral, têm da democracia um conceito de confronto permanente onde não há lugar para qualquer consenso.
Aliás, é por demais evidente que, frequentemente, subordinam as suas convicções políticas às suas tácticas politiqueiras. Geralmente defendem enquanto governo o que atacaram enquanto oposição.
Se o PS ganhasse as eleições em Setembro teria o PSD e o CDS à perna replicando a mais que esperada táctica do PS logo que, estupidamente, PC&PP desvincuram o PS das responsabilidades executivas do acordo que o anterior governo negociou.
Portugal confronta-se com uma crise que não será ultrapassada enquanto continuarem as práticas políticas do passado. CS, com o discurso de ontem, forçou uma saída que é uma reprimenda forte ao PSD e ao CDS e uma oportunidade ao PS para governar em Setembro do próximo ano um país menos destroçado.
Mas, o resultado final, evidentemente, depende sobretudo da capacidade dos partidos abdicarem parcialmente dos seus interesses privativos colocando os interesses do país acima deles.
No fim de contas, só a obnubilação partidária pode explicar que, perante uma ameaça externa (troica, credores, FMI, UE) não haja uma união natural na capacidade de defesa dos sitiados. E digo capacidade natural porque é instintiva em todas as espécies, e a espécie humana não é excepção, a tendência para a reunião do grupo perante qualquer ameaça externa.
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1 comment:
De acordo, caro Rui.
Com uma reserva: é que há mesmo uma excepção à capacidade natural de defesa instintiva em todas as espécies, e a excepção é a dos jotas, mais velhos ou mais novos, mas com mentalidade similar, que tomaram conta dos partidos.
Para eles apenas conta o poder e quanto mais depressa melhor. E quanto pior, melhor.
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