O fim de cada ano é propício ao despertar dos mágicos, que se entretêm a prognosticar para onde irá o mundo nos próximos doze meses. Os profissionais da arte, se não pagam, deveriam pagar imposto, contribuindo decisivamente para a redução do défice das contas públicas, considerando a largura da base formada por tantos futurólogos. Aqui, sem intenção alguma de evasão fiscal, opta-se por olhar para o retrovisor e avaliar em que medida se concretizaram ou falharam os palpites apontados neste bloco de notas.
Em Março de 2011, o senhor José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, então primeiro-ministro, afirmava não estar disponível para governar com o FMI. Pouco tempo depois, negociou e subscreveu o acordo com a troica.Nessa altura, anotei aqui:
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Tudo conjugado, a tendência da evolução da situação política ajusta-se ao cenário que há muito tempo desenhei neste caderno: Se o PSD cai na tentação de querer a curto prazo ser poder, mesmo que acompanhado pelo CDS, provocará um reagrupamento de conveniência da esquerda, e assumirá o ónus de, muito provavelmente, ficar esturricado em pouco tempo.E Sócrates, maquiavélico, a assistir. Cavaco Silva? Esfíngico.
Dois meses depois, em Maio de 2011, uma semana antes das eleições legislativas de 5 de Junho escrevi aqui:
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(Se) Ganha Passos Coelho e o PSD faz maioria absoluta com o CDS, Sócrates dá lugar ao senhor-que-se-segue, e o PS, na oposição, não perdoará ao governo o mínimo deslize na aplicação do MoU. A coligação de direita durará, no máximo, dois anos.
Dois anos depois, será Junho de 2013.
Acerte ou não, mesmo não pagando imposto sobre o prognóstico de há dois anos, continuo em 2013 sujeito a confisco.
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Tudo conjugado, a tendência da evolução da situação política ajusta-se ao cenário que há muito tempo desenhei neste caderno: Se o PSD cai na tentação de querer a curto prazo ser poder, mesmo que acompanhado pelo CDS, provocará um reagrupamento de conveniência da esquerda, e assumirá o ónus de, muito provavelmente, ficar esturricado em pouco tempo.E Sócrates, maquiavélico, a assistir. Cavaco Silva? Esfíngico.
Dois meses depois, em Maio de 2011, uma semana antes das eleições legislativas de 5 de Junho escrevi aqui:
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(Se) Ganha Passos Coelho e o PSD faz maioria absoluta com o CDS, Sócrates dá lugar ao senhor-que-se-segue, e o PS, na oposição, não perdoará ao governo o mínimo deslize na aplicação do MoU. A coligação de direita durará, no máximo, dois anos.
Dois anos depois, será Junho de 2013.
Acerte ou não, mesmo não pagando imposto sobre o prognóstico de há dois anos, continuo em 2013 sujeito a confisco.
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