Acabo de ouvir o "Expresso da Meia Noite".
Depois de uma discussão interessantíssima, que conto comentar noutro apontamento, entre Pires de Lima, Peter Villax, Henrique Neto e Baptista da Silva*, Nicolau Santos terminou a sessão apresentando, como de costume, a primeira página do Expresso de amanhã.
E dei um salto na cadeira ao ouvir uma notícia invulgar: pela primeira ficaremos a saber quem é que nos deve uma parte significativa do dinheiro que, enquanto contribuintes, temos de pagar porque eles não pagaram ao BPN, só não sabemos ainda porquê. Os jornalistas do Expresso terão realizado um trabalho que, aparentemente, até agora estava por fazer. Ou, se estava feito, encontra-se ainda por provocar aquilo que há muito deveria ter provocado: a cobrança coerciva das dívidas e a eventual acção penal que o incumprimento possa exigir. Sendo os bancos tão pressurosos na cobrança e execução dos bens dos pequenos devedores, só não é estranho que os grandes caloteiros não tenham sido ainda executados porque essa é a regra, e o BPN era um ninho de ratazanas que só o Banco de Portugal não deu conta e agora os agentes da justiça têm, aparente e estranhamente, mil e uma dificuldades em apoquentar.
O BPN só é um caso perdido para os contribuintes portugueses se persistir o alheamento com que os media portugueses, de um modo geral, costumam tratar os processos que adormecem nas secretárias dos agentes de justiça, depois das esfuziantes parangonas dos primeiros dias do desovar das broncas.
O Expresso presta neste caso um serviço público que nos cumpre, no mínimo, reconhecer.
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23/12 - Actualização
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