António Baptista da Silva, um quadro do PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Coordenador do Observatório Económico e Social da ONU para o Sul da Europa, a instalar em Portugal, é peremptório nas declarações aos jornalistas do Expresso, publicadas no caderno Economia deste semanário, hoje: "Se Portugal não renegociar agora irá fazê-lo daqui a seis meses de joelhos". O porquê, o como e o quê deve Portugal renegociar, no entender de Baptista da Silva, encontra-se, mais detalhado do que na entrevista dada ao Expresso, numa conferência, que, estranhamente, passou despercebida e se encontra em Youtube aqui e aqui.
A mesma edição do Expresso que noticia que Nações Unidas propõem renegociação da dívida antecipa que o PR vai promulgar o OE e remetê-lo ao Tribunal Constitucional para fiscalização sucessiva. Um dia depois de o CDS ter reunido em Conselho Nacional para esclarecimento das razões pelas quais aceitou aprovar um orçamento que contraria os seus princípios fundadores. Uma semana depois de um notável fiscalista do mesmo CDS ter afirmado no programa de televisão em que participa que só a alteração das regras a meio do jogo poderá evitar um descalabro da actual política.
Por que é que continua a dupla que governa o país obstinada na obediência a uma política em que já muito poucos acreditam que possa resgatar Portugal, permitindo que a recuperação económica que inverta a espiral de depressão em que os banqueiros de braço dado com os políticos nos embarcaram? Haverá algum jogo por baixo da mesa que escapa mesmo a observadores tidos geralmente por responsáveis e bem informados e, por maior razão, ao homem comum? Não sabemos. O que sabemos é que todos criticam o OE, incluindo o PR, mas o OE entrará em vigor e só, provavelmente, em meados do próximo ano saberemos se contem inconstitucionalidades.
O mais relevante, contudo, não será a decisão dos senhores juízes do Tribunal Constitucional. De uma forma ou de outra, a questão crítica subsiste sem resposta: Tem Portugal alguma possibilidade de inverter a tendência crescente da dívida e a decrescente do PIB se não forem alteradas as regras do jogo? Não tem, diz Baptista da Silva, e quase todos quantos não falam com Frau Merkel ou Herr Wolfgang Schäuble.
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* Actualização - 23/12
Artur Baptista da Silva (ou o mesmo com outro nome) não é nem nunca foi funcionário da ONU
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* Actualização - 23/12
Artur Baptista da Silva (ou o mesmo com outro nome) não é nem nunca foi funcionário da ONU
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