Friday, April 15, 2016

PAPEL DE EMBRULHO

O Primeiro-Ministro reafirmou hoje na AR que a Caixa Geral de Depósitos se manterá integralmente na posse do Estado porque é um pilar fundamental ao equilíbrio do sistema financeiro e que, contrariamente às imposições da Direcção Geral da Concorrência Europeia, a CGD será recapitalizada "como nós queremos" porque, acrescentou o PM, "não se compreende que, se para cumprimento dos rácios exigidos pelo BCE a recapitalização dos bancos privados seja da responsabilidade dos seus accionistas, não seja autorizado o accionista único da Caixa aportar ao banco público os fundos públicos necessários para o mesmo efeito"

A questão da Caixa é uma rajada forte no meio do vendaval que abana perigosamente a credibilidade do sistema financeiro, do qual os principais responsáveis pela sua estabilidade  - Governos e Banco de Portugal - ainda há não muito tempo garantiam solidez suficiente depois da recapitalização em 2012 com capitais tomados de empréstimo no âmbito da intervenção de resgate da troica.

Não disse o PM como espera ultrapassar o obstáculo colocado pela DGCE à recapitalização da CGD com capitais públicos. O que se sabe é que o capital social da CGD foi aumentado, além de ser, como outros bancos privados, recapitalizado na mesma altura através de um empréstimo que, no caso da CGD ainda se encontra totalmente por reembolsar; e que, nos últimos cinco anos, a CGD tem vindo a acumular prejuízos. Prejuízos que, inequivocamente, são perdas suportadas pelos contribuintes. Por outro lado, é público que a CGD embrulhou-se em guerras accionistas no sector financeiro privado por obediência a comandos políticos e apoio a negócios que, como em Vale de Lobo, vieram a mostrar-se fraudulentos.

Assim sendo, em que medida é estrategicamente fundamental que a CGD se mantenha integralmente propriedade do Estado para assegurar o equilíbrio do sistema financeiro e o financiamento da economia?

Não se vê como, nem o PM explicou porquê.
Pelo que, presume-se, e até melhor esclarecimento, tal convicção é provavelmente uma questão de fé.   
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Correl. -
Governo acusa Carlos Costa de falha grave de informação no caso do Banif . O Governador pode ser exonerado por falta grave.

Em Agosto de 2014 apontei aqui que o sr. Carlos Costa deveria demitir-se depois da inépcia evidente na forma como se deixou engrolar pelo sr. Ricardo Salgado e seus comparsas.

1 comment:

mensagensnanett said...

UMA ACTIVIDADE ECONÓMICA DE ALTO RISCO para os contribuintes: a actividade bancária (ex: BPN, BES, BANIF,...).
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Sendo a actividade bancária uma actividade económica de alto risco para os contribuintes, o Regulador (Banco de Portugal) deverá ser obrigado a apresentar periodicamente um relatório detalhado aos contribuintes.
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Uma opinião um tanto ou quanto semelhante à minha:
Banalidades - jornal Correio da Manhã (antes da privatização da trasportadora aérea):
- o presidente da TAP disse: "caímos numa situação que é o acompanhar do dia a dia da operação e reportar qualquer coisinha que aconteça".
- comentário do Banalidades: "é pena que, por exemplo, não tenha acontecido o mesmo no BES".
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P.S.
Mais, ver:
http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/
http://concorrenciaaserio.blogspot.pt/