Apanhei a conversa a meio na Antena 1 ao cair da tarde de ontem. Falavam de robótica e dos caminhos que a sua evolução perspectiva no conhecimento e desenvolvimento do ser humano. Tanto na realização de trabalhos que destruíam física e psiquicamente os que o realizavam, e ainda realizam em muitos casos,- na exploração mineira, por exemplo, onde os robôs utilizados são máquinas gigantescas -, como na detecção e combate de fautores de doenças, com recurso a nano robôs de dimensões ínfimas.
Mas, elucidou um dos intervenientes, os robôs, naquilo que fundamentalmente os caracteriza, já não são tão raros no dia a dia do cidadão comum (e da cidadã ..., atenção à igualdade do género!). E exemplificou: algumas máquinas de lavar roupa já são robôs domésticos capazes de identificar o estado e características da sujidade daquilo que lhe colocam no tambor, utilizando os produtos e os tempos necessários sem qualquer indicação externa. Um amigo nosso baba-se de satisfação a ver o seu robô de limpeza percorrer todos os cantos da casa, subindo e descendo escadas para chegar aos pisos de cima e de baixo.
- É a inteligência artificial, é o mundo de amanhã. Que, terá consequências óbvias nas organizações e nas relações sociais uma vez que grande parte do trabalho humano será substituído pelo emprego robótico.
- E a inteligência emocional? Que resta da inteligência emocional quando a inteligência artificial gerir o mundo?
- Boa pergunta. Os investigadores não têm descurado essa vertente tão importante nas decisões e relações sociais, recorrendo a trabalhos de investigadores nessas áreas do conhecimento, de António Damásio, por exemplo.
- Mas será possível induzir emoções nas decisões robóticas?
- Já é. Já há robôs, nomeadamente para aplicações lúdicas, capazes de manifestar e suscitar afectos com quem lida com eles.
Tinha, entretanto, chegado a casa e não ouvi o resto da conversa.
Quando desliguei o rádio, ocorreu-me o perfil de um robô feito para presidente perfeito.
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