A crise domina os noticiários, as previsões são medonhas, as saídas deprimentes.
O Governo prepara-se para aumentar, mais uma vez, os impostos, as oposições opõem-se, o Presidente da República, tomou a decisão (a primeira do género) de ouvir, amanhã e depois, os partidos com assento na AR e promover um entendimento que permita o OE para a o próximo ser aprovado.
Vai ser, e o aumento de impostos também.
Porque: i) O PSD não quererá assumir o ónus político de uma crise com que o PM o confronta, ii) e que para o PR poderia ser comprometedora da sua reeleição, iii) fixando-se numa inflexibilidade que, apesar da sua justeza, não seria geralmente bem entendida pela opinião pública. iv) A abstenção do PSD, acompanhada de um protesto veemente, permitir-lhe-á capitalizar a insatisfação a que o Governo, pela sua obsessão em governar em minoria, não poderá escapar.
A ajudar a determinação do Governo, a OCDE tornou hoje público o seu relatório que, além do mais, recomenda que o governo português deve estar preparado para aumentar mais os impostos. O mesmo relatório afirma que o potencial de crescimento é fraco e a retoma está em causa. Propõe medidas duras para reequilibrar as contas públicas. Propõe aumento do IVA e impostos sobre a propriedade. Propõe o congelamento de salários até 2013. E maior flexibilidade da lei laboral. Mas é o aumento de impostos que faz as manchetes noticiosas.
Tudo se conjuga, portanto, para um happy end de conveniência bem apadrinhado.
Que durará o tempo de uma rosa, pedindo emprestado o cronómetro ao doutor Mário Soares.
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