Wednesday, December 29, 2021
OS DEPUTADOS
Anda há algum tempo a circular na net uma informação sobre as retribuições pagas aos membros do Parlamento Britânico que é um confronto com as retribuições pagas aos deputados portugueses na Assembleia da República.
Afirma que os deputados do Reino Unido: 1. não têm lugar certo onde sentar-se porque o número de deputados excede os lugares disponíveis na Câmara dos Comuns 2. não têm escritórios, nem secretários nem automóveis atribuídos 3. não têm residência paga pelos contribuintes 4. não têm passagens de avião gratuitas, salvo quando ao serviço do Parlamento 5. o seu salário equipara-se ao de um Chefe de Secção de qualquer repartição pública.
Comentei : No UK todos os membros do governo foram eleitos membros do parlamento … "De acordo com a convenção constitucional, todos os Ministros de Governo são Membros do Parlamento ou constituem a Câmara dos Lordes" : cf. aqui
- E o que tem isso a ver com o divulgado?
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Monday, December 27, 2021
COMO NASCEU O NATAL
"A Europa tem uma cultura que convém proteger sobretudo face a modos de estar que reagem fortemente aos valores que constituem os pilares da sua civilização.
Soçobrar na sua defesa acarreta o risco de um regresso às trevas da Idade Média.
Quem se revê na democracia e na liberdade não poderá deixar de ter um papel activo nessa defesa."
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AUTO-RETRATO DO GATO
Serei um cão, um macaco ou um urso, /Tudo menos aquele animal vaidoso Que se vangloria tanto de ser racional. John Wilmot Disponível em: <https://dicionariocriativo.com.br/citacoes/megalomania/citacoes/vaidade>. Acesso em: 27/12/2021.
Serei um cão, um macaco ou um urso, /Tudo menos aquele animal vaidoso Que se vangloria tanto de ser racional. John Wilmot Disponível em: <https://dicionariocriativo.com.br/citacoes/megalomania/citacoes/vaidade>. Acesso em: 27/12/2021.
Saturday, December 25, 2021
O NATAL, HOJE
A Comissária Europeia para a Igualdade provocou alarido por, além do mais, propor que se passe a designar a quadra natalícia, o Natal, por uma expressão mais englobante da diversidade de religiões que coexistem na União. Mas já recuou e propõe-se rever os termos da proposta : EU advice on inclusive language withdrawn after rightwing outcry Guidelines promoted use of ‘holiday season’ instead of Christmas.
"Deportado o Natal da escrita oficial, reescreve-se a história, banindo porventura as grandes representações inspiradas por esse nome agora proscrito, e condenando ao esquecimento, senão a fogueira póstuma, os seus autores, de Corregio a Tintoreto, de Da Vinci a Rembrandt, de Dickens a Eça e a Pessoa, de Bach a Beethoven ou a Gruber, e a tantos outros." - aqui.
Muitas obras, muitos autores, pintores, sobretudo, inspiraram-se no poder do dinheiro e de problemas de consciência dos seus patrocinadores. Sem as encomendas desses patronos, provavelmente, a sua inspiração ter-se-ia voltado para outros temas - Da Vinci pintou, p.e., Madona e o Menino, mas a sua obra máxima, Gioconda, é uma figura que permanece enigmática, não é de exaltação religiosa.
O Réquiem, de Mozart e muitas obras musicais de grande inspiração espiritual resultaram de encomendas de gente com as arcas a abarrotar de ouro e de problemas de consciência.
Quanto a catedrais, abundam os exemplos magnânimos de
cumprimento de promessas. O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais conhecido
por Mosteiro da Batalha, pretendeu ser um tributo pago a Nossa Senhora por ter
alinhado pelo lado dos portugueses. Aliás, o rei D, João I cumpriu a promessa
mas tinha-se comprometido com Nuno Álvares Pereira a pagar-lhe competitivamente
... se não ele ter-se-ia passado para o lado contrário.
E hoje?
O presépio foi substituído pelos abetos de plástico
feitos na China, - a propósito, onde se inspiram os chineses, na criação da
tralha com que se trocam prendas natalícias, senão no dinheiro? - O Menino Jesus da
minha infância é hoje um figurante icónico imaginado pelo marketing da Coca
Cola nos anos 30, salvo erro, do século passado.
Novas "religiões" crescem e multiplicam-se imparavelmente. Por esportularem uma parte significativa dos seus salários pretendem também os seus fiéis comprar a reserva de lugares nos céus. Mas, se na origem de muitas guerras, estão fundamentalismos religiosos, - e a participação das abraâmicas é muito evidente -, não podemos desconsiderar a contínua complicação do mosaico religioso nas sociedades contemporâneas.
Nos EUA, para evitar conflitos religiosos, há muito que foi estabelecido considerarem "Férias de Inverno - Winter Break - este período "natalício".
A União Europeia não pode manter-se unida se não
expurgar dos seus documentos oficiais todos os termos que sustentem
fundamentalismos que possam quebrar o mosaico que, quer queiramos quer não, já
existe, e vai continuar a existir.
Shalom!
Bom Natal!
Bom Ano Novo!
Monday, December 20, 2021
E SE A CHINA NÃO ESTIVER A MENTIR?
E se a China não estiver a mentir?
É a questão colocada por Jorge Gonçalves, Prof. Catedrático de Farmacologia da Universidade do Porto. Uma questão que a mim se impôs desde o momento, há muito tempo, que os números publicados diariamente no site oficial da OMS afirmavam que a China, que está a conseguir sucessos espantosos nas mais diversas áreas científicas e tecnológicas, também estava a dominar o covid 19 de um modo que os restantes países do mundo, e muito principalmente a Europa e os Estados Unidos, não atingem.
Friday, December 17, 2021
O JOGO DA CABRA CEGA
Tribunais pagam tarde. Há tradutores à espera há mais de dez anos
É normal.
Se os tribunais andam sempre atrasados nos julgamentos de crimes económico-financeiros, é muito normal que também se atrasem nos pagamentos a tradutores. Os outros, crimes de gente sem habilitações para passar por offshores, não necessitam de tradutor.
Monday, December 06, 2021
NÃO SE RECOMENDA
O filme está a ser geralmente aplaudido pela crítica.
Mas é um patchwork de tecidos recorrentes na filmografia de Almodóvar, a homossexualidade, entretecidos com temas de histórias de cordel, a troca de bebés na maternidade, uma actriz sempre deslumbrante, mesmo se rejuvenescida por make-ups excepcionalmente bem conseguidos, Penélope Cruz. Seria um melodrama ao gosto de romantismos serôdios se Almodóvar não tivesse atrelado ao trivial das telenovelas uma das sequelas mais dolorosas que continuam a pesar no consciente colectivo dos povos de Espanha.
A Almodóvar não faltavam casos incontáveis de bebés roubados a mães e pais fuzilados, muitos deles entregues a instituições católicas onde famílias ricas relacionadas com o regime franquista, iam comprar bebés, sobretudo meninas, que mantinham na ignorância da sua progenitura durante toda vida. Até ao dia em que o escândalo foi denunciado e iniciados julgamentos dos crimes cometidos e reabilitação da integralidade possível das vítimas.
Friday, December 03, 2021
25 DE NOVEMBRO, SEGUNDO MÁRIO SOARES
BREVE REFLEXÃO SOBRE O 25 DE NOVEMBRO*
por Mário Soares
Passou na última 5a. feira o 35o. aniversário do 25 de Novembro de 1975.
A maior parte dos leitores jovens, desta breve crónica, talvez não saiba sequer do que se trata. E, no entanto, é, na história contemporânea de Portugal, uma data tão importante, para a afirmação da democracia pluralista, pluripartidária, e civilista, que hoje temos, como a Revolução dos Cravos.
Não tenho nenhum gosto de levantar polémicas passadas. Mas a verdade é que a memória histórica não deve ser esquecida. Sobretudo, quando os responsáveis de termos estado à beira da guerra civil, o Partido Comunista e a Esquerda radical - lembremo-nos dos SUVs e do poder popular - nunca fizeram uma autocrítica a sério do seu comportamento passado, como lhes competia. Pelo contrário, continuam a pensar - e às vezes a dizer - que o 25 de Novembro foi uma contra- Revolução, que impediu que Portugal fosse uma Cuba europeia. Onde estariam hoje esses responsáveis - e os seus herdeiros - se tivessem ganho? Seguramente não viveriam tão bem e em paz como hoje, felizmente, vivem.
Depois disso, o Mundo deu muitas voltas. Assistimos ao colapso do comunismo na URSS e nos Estados então satélites, como a queda do muro de Berlim, ao desaparecimento da cortina de ferro, ao fenómeno do terrorismo islâmico, à invasão do Afeganistão, com o aval da ONU e à guerra do Iraque - dois novos Vietnames - da globalização económica e, sobretudo financeira, e à crise do capitalismo financeiro especulativo, dito de casino. Trata-se, como sabemos, de uma crise global e profunda, que nos atinge a todos, com maior ou menor incidência e que está longe de ter passado.
O Mundo de hoje é muito diferente do de 1975. E a relação de forças internacionais mudou, com o aparecimento dos Estados emergentes. Tornou-se plurilateral e os blocos de Estados rivais pertencem ao passado. Quem nos diria que o Presidente da Rússia participaria numa Cimeira da NATO e tornava o seu País, um parceiro fiável do Ocidente? Quem nos diria que Fidel Castro, agora sem papas na língua, reconheceria que a experiência cubana fora - como se sabe - um tremendo fracasso? Contudo, a nossa Esquerda comunista e a radical, parece terem passado por tudo isto sem ter dado por nada, sem interiorizar qualquer reflexão, continuando a repetir os mesmos slogans de sempre. É triste! Porque contribui para inquinar o nosso futuro, já de si difícil e extremamente complexo. Diga-se, contudo, que o socialismo democrático também precisa de fazer uma séria autocrítica. E ainda não a fez. Pelo menos na Europa, onde se deixou influenciar pelo colonialismo ideológico neo-liberal americano e pela fantasiosa "terceira via" de Blair, de que já poucos se lembram. Foi o que levou a maioria dos Estados europeus ao conservadorismo acéfalo, que hoje nos governa, e está a arrastar a União para a decadência e o descrédito.
É urgente, assim, que os europeus repensem a Esquerda e pressionem o Partido Socialista Europeu e a Internacional Socialista a mudar o paradigma de desenvolvimento, reafirmando a contrato social, os valores éticos e a necessidade tão actual de medidas ambientais. Sem isso - tenhamos a convicção - marchamos a passos rápidos para a desagregação da União Europeia. O que seria uma tragédia para os países membros da União, para a América e para o Mundo.
Lisboa, 2 de Dezembro de 2010
* Publicado na Revista Visão - vd. aqui
A ORDEM DA ECONOMIA
Ordem dos Economistas elege esta sexta-feira novo bastonário
Para quê?
Um candidato dos candidatos foi ministro de um governo de Sócrates, o outro presidente da AICEP, nomeado durante o governo de Passos Coelho. Um é académico, o outro é ‘head’ de marketing estratégico e negócio de empresas no BCP.
Economia política ou política económica, eis a bizantina questão.