A banca não pára de nos trucidar.
O Expresso deste fim-de-semana acrescentava aos quase mais cinco mil milhões devorados pela Caixa, a quase certeza que o Novo Banco, se for vendido, ninguém dará por ele mais que tuta-e-meia, e que o BPN, o buraco sem fundo do BPN, "pode custar", segundo avaliações recentes, ao Estado (qual Estado, qual carapuça, quem paga são os contribuintes!) mais de 9 mil milhões de euros!
Recorde-se que o sr. Teixeira dos Santos, ministro das Finanças na altura, garantia publicamente, algum tempo depois de ter sido nacionalizado o ninho de ratos que se chamava BPN, que deste facto "ainda não tinha resultado perda alguma para os contribuintes".
Registe-se também que à nacionalização apenas se opôs, se bem me lembro, (pasme-se!) o PCP.
Mais tarde, caiu o governo PS com a ajuda dos parceiros no actual governo PS, e o ministro T dos Santos foi pregar para outra freguesia até lhe ser oferecido o lugar de presidente do BIC, que o sr. Mira Amaral aquecera com a compra, por menos que nada, do BPN!, o tal que o governo, com T dos Santos nas Finanças, nacionalizara.
As empresas (empresas porquê?) incumbidas de recuperar o mais possível os salvados do monumental rombo andam há cerca de oito anos à procura do fundo do buraco, e, cada ano que passa, alegremente constatam que a profundidade aumenta. Compreensivelmente alegres, porque se alongam os seus honorários à medida que se alonga o fundo do buraco.
Do outro lado da cena, a cabra-cega cambaleia, entontecida pelos foliões do jogo.
A mim, interroga-me uma incontida dúvida a que não vi ainda ninguém perguntar nem dar resposta:
Se, como tudo leva a crer, as perdas resultantes destes escândalos e destas ribaldarias são devidas por calotes incobrados (agora chamam-lhe créditos tóxicos, imparidades) os caloteiros (perdoem o plebeísmo, que pode ser feio mas é preciso):
- morreram?
- fugiram?
- estão insolventes, não têm eira nem beira, eles, a família, e os comparsas deles?
Causa-me enorme estranheza, a mim, certamente ingénuo, que sei de casos de gente que um dia afiançou ou avalizou compromissos (que não se mediam em milhões) que não foram pagos pelos afiançados, e são perseguidos há anos até ao limite da sua capacidade de sobrevivência. Sendo pública uma lista de gente colunável que cravou (ferrou o calote, esmifrou, ...) o BPN em muitos milhões e continua pujante, colunável e intocável.
Até a srª. Catarina Martins e o sr. Jerónimo de Sousa, que se afirmam recorrentemente "contra este sistema", mas foram capturados pela geringonça, dormem conivententemente perante tanta complacência, conivência, e falta de vergonha.
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