Sunday, August 14, 2016

PORTUGUÊS SUAVE*

Apontei aqui há dias a balbúrdia provocada pelas obras ditas de requalificação no eixo central de Lisboa entre o Marquês de Pombal e Entre Campos, implicando a redução de duas faixas de rodagem a favor de mais espaços ajardinados. Como é habitual em Portugal, feito o investimento e cobrados os votos por altura das eleições que se aproximam, os espaços verdes passam em pouco tempo a espaços abandonados porque no orçamento não há cabimento para a sua manutenção. 

A confusão, no entanto, não se limita ao eixo central. No Cais do Sodré, por exemplo, proliferam agora também os blocos de plástico vermelhos e brancos que são a  imagem de marca de uma cidade invadida por uma incontida vontade  camarária de obrar e não limpar, agravando os congestionamentos de trânsito.

Alguns desses ovnis chegaram e ficaram, parece que para sempre.
É o caso do espaço envolvente daquela infame Salomé que há um quarto de século exibe a quem passa na Praça do Areeiro a face decapitada de Sá Carneiro.

Sá Carneiro deveria ser merecedor de mais respeito por parte da Câmara e dos lisboetas.
Mesmo aceitando que a obra de Soares Branco é polémica mas não desprestigiante da figura do homenageado, o abandono a que está votado o espaço à sua volta seria revoltante se houvesse uma centelha de consciência cívica colectiva nos residentes e alguma ponta de vergonha nos autarcas.

Mas não acontece nada.
Para além, evidentemente, de uma permanente fuga em frente, a obrar e andar.
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A praça ( Francisco Sá Carneiro) insere-se no plano do Bairro do Areeiro, desenhado em 1938 pelo arquitecto e urbanista João Faria da Costa, ficando o projecto dos edifícios da praça a cargo do arq. Luís Cristino da Silva. A praça é unanimemente considerada um dos marcos do denominado Português Suave." - c/p aqui



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