Saturday, July 16, 2016

OBRAR EM LISBOA

O eixo central de Lisboa anda há largos meses em obras, que irão, dizem, continuar imediatamente na Segunda Circular e que, grosso modo, consistem na redução das vias de circulação de automóveis e ajardinamento dos espaços retirados. Deste modo, a cidade ficará mais airosa e atraente.
Palmas para a iniciativa!

Tem a concretização da intenção, contudo, um problema bicudo - e não me refiro agora às complicações que as obras estão a causar nem às consequências futuras da redução de espaços,  já escassos para os actuais caudais de trânsito - que, certamente, a Câmara não esqueceu ou fez por esquecer. Refiro-me à manutenção.

É hábito e abuso despenderem os governantes recursos em obras que enchem o olho dos cidadãos, garantem os votos aos promotores nos momentos eleitorais e animam os construtores das obras, que, na altura própria, não deixarão de retribuir a quem lhes fez as encomendas. E depois?

Passadas as eleições, geralmente não há verba nem sequer água para manter os espaços verdes e, aquilo que prometia ser um cenário agradável transforma-se em paisagem de terceiro-mundo pretencioso.
Ontem passei pela Fontes Pereira de Melo (lá continuam as duas enormes ruínas sem que se vislumbrem medidas que as recuperem ou derrubem) e, de cada lado do estreito espaço que será verde dentro de semanas, há espaços verdes antigos a desfalecer com sede e falta de tratamento.




É apenas um exemplo desta política nacional sempre ousada em obrar sem cuidar se há papel para a limpeza.

2 comments:

Rui Fonseca said...


Estimada Margarida Corrêa de Aguiar,

Agradeço-lhe muito o seu comentário que, por inabilidade minha, foi eliminado.
Alguém colocou múltiplas "mensagens" sem conteúdo inteligível em muitos apontamentos meus, obrigando-me a eliminá-las (ainda sobram bastantes em apontamentos mais antigos) o que, por lapso meu, atingiu alguns comentários.
Do facto, apresento-lhe as minhas desculpas, e a todos os que virem os seus comentários, sempre bem vindos, concordantes ou discordantes - e eu prezo muito os discordantes -, indevidamente eliminados.

Margarida Corrêa de Aguiar said...

Estimado Rui Fonseca
Não tem de agradecer.
Acontece a muito boa gente. Por vezes não apago os comentários que escrevo primeiro no word, mas desta vez não guardei.