"Não há economia para tanta banca. É assim a vida".
José de Matos admite que o sector vai ter de reduzir a sua presença em Portugal num processo em que o banco público não vai escapar. - aqui
Como é que esta gente, inteligente e muito informada, só agora entendeu o óbvio*?
Convinha-lhes o desentendimento. Convinha-lhes que não se desse por isso enquanto retiravam lucros, bónus e vantagens escabrosas. A Ordem era pobre mas os frades engordavam.
O sobre dimensionamento dos bancos à volta da mesa vem muito de trás. Se o sector estivesse sujeito a leis de concorrência não emboladas, nunca teria embebedado a economia de crédito importado nem a tinha sugado como sugou.
Sem rei nem roque, os banqueiros fizeram o que lhes deu na real gana e os resultados estão agora à vista.
E agora?
Agora vamos continuar a assistir ao aumento da conta daquilo que eles consumiram e os tansos de sempre são coagidos a pagar.
Há dias era publicamente admitido - vd. aqui - que, se o Novo Banco não for vendido até Agosto de 2017 será liquidado.
Dito isto, está dito que não vai ser vendido até Agosto de 2017, a menos que seja vendido com perdas que os restantes bancos considerarão inaceitáveis, evidenciando o chamado Fundo de Resolução aquilo que nunca deixou de ser: mau truque de ilusionismo que a assistência pagante será obrigada a engolir sem protestar, desobrigando, efectivamente, os bancos.
Se há banca a mais, a racionalidade económica passaria pela liquidação imediata do Novo Banco - como já deveriam ter passado por processos idênticos o BPN e o Banif - , se a racionalidade económica não se subjugasse à irracionalidade das conveniências políticas.
---
* Óbvio, para mim, que, há dez anos, anotei isto neste bloco de apontamentos, rematando com uma pergunta que saltava aos olhos de quem tem olhos:
Como é que pode, e até quando, uma vaca escanzelada desfazer-se em tanto leite?
No comments:
Post a Comment