Friday, May 27, 2016

CAÇADORES DE VIAGENS

Os visitantes passeiam-se pela exuberante diversidade tranquila dos jardins admirando a natureza magnífica, Monet ainda deve andar por ali.
Fotografam-se por todo o lado, e o lado preferido é a  ponte japonesa.  
Depois demoram-se o olhar a frente do edifício, detêm-se nos pormenores, e fotografam-se de novo na escada de acesso à moradia para uma posteridade efémera.
Entram-lhe pela casa dentro como se entrassem numa catedral, vagabundos à procura de um mistério que não descortinam onde se esconde.  Giverny é um local de peregrinação. 
No interior da casa, vagueiam a atenção pelos tons das paredes,  pelas gravuras japonesas, que o artista admirava, num ou noutro quadro nunca vendido, mas a curiosidade geral mergulha sobretudo no mobiliário das salas, nas colchas das camas, que, pela aparência, serão de manufactura relativamente recente, pelo trem da cozinha, pelas casas de banho, por uma máquina de costura enclausurada no vão de uma janela. E voltam a fotografar-se insistentemente, agora em todos os recantos da casa.

À saída, compram um souvenir, e levam com ele Monet para casa.

No comments: