Se os britânicos prestassem atenção ao que dizem os oráculos financeiros da terra, o Reino Unido continuaria do outro lado do Canal da Mancha sem veleidades de embarcar para outras paragens. Mas como durante anos a fio ouviram dizer, até pelos mesmos opinion makers, que todas as moléstias que aportaram às Ilhas lhes vieram sopradas de Berlim, Frankfurt, Bruxelas, Paris, Roma, Varsóvia, Atenas, e outras paragens continentais, corroendo-lhe a alma soberba e invicta, as desde sempre frágeis amarras à União Europeia estão agora por um fio, prestes a partir-se pela força dos fumos de um orgulho imperial perdido.
Não é, obviamente, unânime a opinião da imprensa britânica sobre as consequências de uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia, mas a maioria pende claramente para considerar o Brexit uma calamidade para a City, que é onde palpita o coração da economia do reino.
David Cameron não tinha alternativa senão prometer e cumprir o referendo para permanecer no lugar e travar o avanço, que de outro modo seria imparável, dos euro-cépticos. Os dardos estão lançados e Cameron avisou, mas é um aviso frouxo, que o referendo é irrepetível qualquer que seja o resultado de 23 de Junho. Irá a lendária fleuma britânica sobrepor-se à emoção pelo sentimento de uma independência fantástica?
David Cameron não tinha alternativa senão prometer e cumprir o referendo para permanecer no lugar e travar o avanço, que de outro modo seria imparável, dos euro-cépticos. Os dardos estão lançados e Cameron avisou, mas é um aviso frouxo, que o referendo é irrepetível qualquer que seja o resultado de 23 de Junho. Irá a lendária fleuma britânica sobrepor-se à emoção pelo sentimento de uma independência fantástica?
De qualquer modo, se o sim ao Brexit afastar o Reino da União, um dia, o Reino voltará à União.
Se a União ainda existir.
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Correc. - in Financial Times de hoje, 24/02
Se a União ainda existir.
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Correc. - in Financial Times de hoje, 24/02
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