A Europa é a mais rica do mundo.
A Europa é a mais endividada do mundo.
A concentração da riqueza é imparável enquanto a taxa de remuneração do capital exceder o taxa de crescimento económico. A crescente desigualdade daí resultante é causa do decréscimo do crescimento económico, potenciando mais desigualdade.
Só há três, e não mais que três, soluções para a inversão da tendência de crescimento da dívida pública e a sua recolocação a níveis sustentáveis pelo crescimento económico:
- ou se repudia, com consequências negativas incomportáveis; a reestruturação, sendo uma forma negociada e suave que depende do acordo dos credores, terá sempre consequências negativas embora menos dramáticas que o repúdio; e, em qualquer dos casos, não se trava o efeito perverso do crescimento da desigualdade.
- ou se dissolve num quadro inflacionista que pode não ser contido e é gerador de mais desigualdade;
- ou se paga através de um imposto sobre a riqueza, dependendo o valor da taxa e o período de amortização da dívida do rácio dívida pública/riqueza acumulada.
Um imposto sobre a riqueza não é apenas a solução para a dívida pública dos estados europeus endividados mas para a sustentabilidade do próprio sistema capitalista a longo prazo. É o que, além do mais, diz Piketty. Vale a pena lê-lo e discuti-lo. A edição portuguesa acaba de chegar às livrarias.
Para quem quiser ler alguns comentários que o livro já suscitou tem aqui uma boa selecção.
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