Faz tanto sentido investir em arte como investir em acções, obrigações, imobiliário, metais, cereais, e tantas outras coisas mais.
Vem isto a propósito de um dos argumentos usados pelos defensores da compra do conjunto de quadros adquiridos por compra ou contrapartida de débitos (dação em pagamento) de um banco que foi nacionalizado, sendo os quadros uma parte dos salvados do maior escândalo financeiro de sempre em Portugal. Por razões de consciência moral - tudo o que cheira a BPN me enoja - se outras razões não me ocorressem, bastava a origem criminosa do covil onde tudo foi engendrado para ser contra a manutenção de um espólio - seguramente valioso - conspurcado por um bando que continua impune.
Alegam os defensores da aquisição do conjunto (que não é uma colecção) que, além do mais, a aquisição das 85 obras de Miró será um bom investimento financeiro uma vez que as obras de arte de artistas altamente cotados e já falecidos se valorizarão. Choca este argumento com outro mais usado, o valor cultural, porque a eventual valorização só pode concretizar-se com a sua venda no futuro, e lá se vai o valor cultural para outro lado.
Ora, independentemente da contradição dos argumentos, há um facto que ninguém pode contestar: o investimento em arte é tão arriscado, e portanto susceptível de propiciar lucros como provocar perdas, como qualquer outro.
Para quem tiver dúvidas sugiro a leitura de dois artigos, um de Agosto de 2003
e outra de Fevereiro de 2013
Palpites, nesta matéria, como em qualquer outra, podem ser premiados mas não passam disso.
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