A 29 de Junho de 2012 a administração da Caixa Geral de Depósitos divulgou o Plano de Recapitalização do banco do Estado. Resumidamente: aumento de capital de 750 milhões de euros, subscritos pelo accionista único, emissão de 900 milhões de "instrumentos financeiros híbridos" também subscritos pelo accionista único. Deste modo, os capitais da Caixa foram reforçados em 1650 milhões de euros, reforço esse suportado inteiramente pelo Estado. Para quê? Para colocar os rácios financeiros, deteriorados por sucessivos erros de gestão, nos patamares exigidos.
Menos de dois anos depois, o Governo vende 80% do sector segurador, correspondente a cerca de um terço do mercado por 1240 milhões de euros, que se destinam a reforçar os capitais da Caixa e financiar a economia nos termos da "carta de missão" que há uns meses atrás lhe foi entregue (vd. aqui e aqui). E ninguém pergunta: Que fizeram os caixeiros aos 1650 milhões com que a Caixa foi recapitalizada há um ano e meio atrás, e que era suposto destinarem-se aos fins agora referidos, e que eles nunca souberam fazer? Ninguém pergunta porque outro desígnio nacional, a mirologia súbita, se sobrepõe a estas minudências.
Ainda a propósito da mirologia, o comentador Marques Mendes salientou-se ontem com mais uma das suas habituais propostas brilhantes: há, segundo ele, uma forma de o Governo comprar os Mirós sem aumentar a dívida pública. Como? É fácil: Compra os Mirós e vende-os à Caixa. Como a Caixa pertence ao Estado, os Mirós ficarão pertença do Estado sem que o Estado tenha que dispender um euro. É um génio, este MM, também em engenharias financeiras. Ainda os milhões da Fosun não chegaram à Caixa e já MM tem destino para uma parte com a qual, se promoverá, como manda a carta de missão, o crescimento da economia portuguesa.
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Correl. -
Mirós para o Banco de Portugal, já.
Ainda a propósito da mirologia, o comentador Marques Mendes salientou-se ontem com mais uma das suas habituais propostas brilhantes: há, segundo ele, uma forma de o Governo comprar os Mirós sem aumentar a dívida pública. Como? É fácil: Compra os Mirós e vende-os à Caixa. Como a Caixa pertence ao Estado, os Mirós ficarão pertença do Estado sem que o Estado tenha que dispender um euro. É um génio, este MM, também em engenharias financeiras. Ainda os milhões da Fosun não chegaram à Caixa e já MM tem destino para uma parte com a qual, se promoverá, como manda a carta de missão, o crescimento da economia portuguesa.
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Correl. -
Mirós para o Banco de Portugal, já.
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