Sunday, February 23, 2014

CONCEITOS ABSURDOS

Há vários. Tenho anotado neste bloco de notas alguns deles. Um daqueles em que mais tenho insistido é a consideração como despesa pública o pagamento de reformas aos contributivos da segurança social; outro, que não é absurdo porque é  uma mentira insolente, descarada, a consideração da CES sobre as pensões de fundos privados como redução da despesa pública.

Ontem referi aqui a influência da desvalorização do ouro do BP no crescimento da dívida externa líquida e o reflexo que essa desvalorização acaba por determinar na pressão da UE para mais reduções de salários. Se atendermos ao princípio que está subjacente a este critério - da valorização dos activos segundo os valores de mercado - o conceito é correcto. O que não é correcto é que a variação do valor de mercado deste activo seja razão para uma imposição sobre outro factor macro económico com o qual não há correlação alguma.

O mesmo pode dizer-se da valorização no mercado secundário das obrigações do Estado. Tendo-se observado uma redução do prémio de risco cobrado pelos investidores, essas obrigações estão agora mais valorizadas que há alguns tempos atrás, traduzindo-se esse facto num yield agora menor. Em consequência, segundo este critério, as obrigações valem agora mais que antes e, por essa razão, a dívida cresceu.

Como (ao que parece) não foi possível vender ouro na melhor altura e não foi consentido ao Tesouro comprar dívida no mercado secundário quando estava desvelorizada, a dívida cresce, além do mais, tanto pelos bons motivos (redução do risco do país) como pelos maus (desvalorização do ouro).

À conta dos salários e das pensões de reforma. 

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Correl.- ( 24/2) Governo vai avançar para operação de recompra de dívida pública

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