O Sorumbático é um manancial. Como nele contribuem alguns dos mais destacados analistas e opinadores do nosso tempo, bebe-se ali das correntes mais frescas que pelos nossos vales de lágrimas escorre. Apreciar o caudal é uma tentação que só não toca a quem não repara nele.
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Hoje, dei comigo a apreciar a prosa de Alfredo Barroso. Como não tenho por garantido que ele não dê uma olhadela aos sapateiros que lhe olham para a pintura, comecei por esclarecer no meu comentário "DISCURSO MEDIATICAMENTE CORRECTO", não vá ele supor que este obscuro comentador é um dependente político, que "antes de comentar, gostaria de esclarecer que não sou, nunca fui, não conto ser filiado em qualquer partido; nunca exerci qualquer cargo público nem fui funcionário do Estado. Idem aspas para qualquer membro da minha família" . E comentei que,
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Se há alguma coisa que não falta em Portugal são críticos. Há críticos para todos os gostos e ocasiões. O que sendo muito salutar, porque é com atitude analítica que se forja o progresso, é, contudo intrigante que uma parte importante dos críticos não passa daí. Só critica. Aliás, a maior parte nunca fez outra coisa.
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Esta actividade exclusiva e repetitiva tem uma consequência inevitável: qualquer mosca que passe põe os críticos pasmados a olhar e a falar dela. E, como corolário, a mosca passa a vedeta.
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Nesta sua abordagem, Alfredo Barroso segue as regras: Começa por afirmar o que é verdade (Hoje, a política é, sobretudo, uma disputa entre pessoas com poucas ou nenhumas ideias) para prosseguir no encalce da mosca, e falar da mosca, não de qualquer ideia.
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O que só pode dar vantagens à mosca. À mosca não lhe importa que digam mal dela mas que falem dela. AB, deste modo, pôs-se ao serviço da mosca. Porquê, só ele poderá esclarecer.
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Dito de outro modo, queixa-se AB que os políticos fulanizam os debates mas ele, e a generalidade dos críticos, não fazem normalmente outra coisa.
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E quando não se queixam, choram. O que ainda é mais intrigante, acrescentei eu agora.
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