Monday, April 07, 2008

1989 -TIANANMEN - 2008




Sarkozy, o fogoso presidente francês, tem vindo a repetir o anúncio da sua intenção de boicotar os Jogos Olímpicos de Pequim, enfileirando no cortejo daqueles que, subitamente, descobriram que o Tibete é um país ocupado há longos anos pelos chineses. Mas fá-lo na pior altura.
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A China atingiu hoje no contexto mundial um papel que, se for subestimado, pode comprometer a abertura política e económica que se tem observado nas últimas décadas do país onde vive cerca de um terço da humanidade. Os protestos que se têm vindo a observar contra a ocupação chinese do Tibete assumem uma dimensão completamente diferente, sobretudo do ponto de vista dos dirigentes chineses, se são apadrinhados pelos mais altos responsáveis políticos ocidentais.
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A oligarquia de Pequim se for ameaçada internamente durante a realização dos Jogos reagirá como reagiu em 1989, dependendo o grau de reacção da dimensão aparente da ameaça. Aos governantes chineses, não incomodarão substancialmente os protestos no exterior ainda que esses protestos tenham visibilidade mundial, mas irão reprimir sem contemplações quaisquer indícios de protestos dentro do seu território e, particularmente, em Pequim. Tentarão evitar a repetição de Tiananmen. Se, por uma qualquer imponderabilidade, Tiananmen se repetisse durante os Jogos, os chineses correriam o risco de ver adiado o dia da chegada da democracia, o mundo perderia o efeito chinês no crescimento económico global.
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A liberdade está a levedar na China; o pior que poderia acontecer agora era esfriar a massa fermentada.
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Paris: Manifestações pró-Tibete obrigam chama olímpica a apagar-se
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1325005&idCanal=56

A tocha dos Jogos Olímpicos de Pequim foi hoje apagada por causa das manifestações pró-Tibete, durante o percurso da chama pela capital francesa, poucos minutos depois de começar o périplo. As autoridades viram-se obrigadas a colocar a tocha no interior de um autocarro.O incidente ocorreu na segunda paragem da tocha, a cerca de 200 metros da Torre Eiffel, num momento em que as autoridades afrouxaram o dispositivo de segurança. Vários militantes ecologistas e alguns elementos dos Repórteres Sem Fronteiras tentaram travar o percurso da chama, o que obrigou as autoridades a apagá-la e a colocá-la dentro de um autocarro."A tocha teve que ser apagada por causa de um problema técnico", indicou um polícia citado pela Reuters.Um membro do Partido dos Verdes francês também foi impedido pela polícia, hoje cedo, de agarrar a tocha quando esta era transportada pelo atleta Stéphane Diagana.Estima-se que possam ter estado envolvidas nas manifestações pró-Tibete e contra os Jogos de Pequim pelo menos 500 pessoas, a maioria das quais junto à Torre Eiffel. Os manifestantes exibiam cartazes onde se podia ler: "Boicote aos bens chineses" e "Salvem o Tibete".Pelo menos quatro pessoas foram detidas até ao momento.Precisamente para evitar incidentes, as autoridades tinham mobilizado um dispositivo de segurança impressionante, com cerca de 3000 agentes e uma "cápsula de segurança" de 200 metros em redor da tocha e das 80 pessoas que a levariam pela cidade, durante os 28 quilómetros do percurso, desde a Torre Eiffel até ao estádio Charlety.Estas medidas de segurança foram tomadas depois do percurso da chama ter ontem originado incidentes em Londres. Pelo menos 37 pessoas - em protesto contra a repressão chinesa no Tibete - foram detidas na capital britânica em consequência dos distúrbios que se seguiram à passagem da olímpica pelas ruas da cidade.Os Jogos Olímpicos decorrem em Pequim, de 8 a 24 de Agosto. A repressão das autoridades do país sobre manifestações no Tibete tem desencadeado críticas e pedidos de boicote aos jogos.

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