À hora a que escrevo este post é muito provável que o general comandante das forças norte-americanas no Iraque esteja já a responder no Senado às questões que, acerca guerra, lhe estão
a ser colocadas por Hillary Clinton, Obama e John MacCain. Para David H. Petraeus, a interpelação dos candidatos à presidência constituirá uma prova de análise da estratégia seguida pela administração Bush mais fácil de abordar que pelos interpelantes. Petraeus sabe que tem toda a confiança de Bush, e o presidente, que video-conferencia regularmente com o general ultrapassando todas as estruturas orgânicas entre a presidência e o general comandante no terreno, tem sancionado todas as propostas de Petraeus: Bush não quer sair derrotado, Petraeus não foi enviado para o terreno para propor a retirada. Mas será que podia, sequer? Há muito tempo que penso que não. Lendo o artigo de Henry Kissinger publicado ontem no Washington Post, e que transcrevi na íntegra aqui, no Aliás também há gente qualificada que pensa o mesmo.
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Para John MacCain o exercício está facilitado pela sua já anunciada posição quanto ao conflito. Discordando de Bush em muitos aspectos, nomeadamente Guantánamo, McCain só retirará quando a Al-Qaeda for derrotada. Retiraria antes, suponho eu, se descobrisse uma alternativa que dispensasse o petróleo.
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Para Obama e para Hillary, a interpelação só não lhes apresentará dificuldades porque serão interpelantes e nada os obriga a assumir posições relativamente às respostas do general. Mas não deixarão de sentir certamente o incómodo de ter de ouvir e não argumentar.
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Hillary ou Obama não poderão deixar, contudo, de o fazer a partir do momento em que um deles for nomeado para se bater com outro militar: MacCain. É será a partir daí que a guerra assumirá um papel determinante na escolha do próximo presidente. Mesmo que um dos candidatos prometa retirar e acabe por não o (poder) fazer.
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