O Jornal de Negócios online, publica aqui nada que não fosse já objecto de repetidas notícias sobre o escândalo : Luís Filipe Vieira provoca perdas de 225 milhões ao Novo Banco. O que faz do caso escandaloso novamente notícia é o facto ser referido no relatório da Delloite, por enquanto, só parcialmente conhecido - A auditoria da Deloitte mostra os
prejuízos causados pelo grupo do presidente do Benfica durante pouco
mais de quatro anos. No final de 2018, a dívida ao Novo Banco ascendia a
760 milhões de euros. Entre agosto de 2014 e dezembro de 2018, o Novo Banco teve perdas de
225,1 milhões de euros com o grupo económico de Luís Filipe Vieira,
atual presidente do Benfica, que é um dos maiores devedores do antigo
BES.".
De quem se ri este patife? De si, distraído tanso fiscal.Obs. - O senhor Marques Mendes afirmava no domingo à noite no seu habitual espaço Sic que, segundo notícias que tinha recebido em primeira mão, o governo não iá colocar um euro no OE do próximo ano para o Fundo de Resolução, que, deste modo terá de recorrer a outras fontes de financiamento. O que o comentador não disse foi que quaisquer que sejam essas fontes alternativas os juros dos empréstimos que assegurarem ao FR serão reflectidos no défice e os custos serão superiores aos empréstimos assegurados pelo Estado. Resultado: maior défice, maiores custos para os tansos fiscais.
--- Act. 11/09
Sem conseguir empréstimo de adeptos, Benfica usou 28 milhões do Novo Banco . Pandemia obrigou SAD do Benfica a acionar linha de crédito aberta pelo Novo Banco em 2017
No
semestre em que arrancou a pandemia de covid-19, e em que tinha de
reembolsar 48 milhões de euros aos detentores de obrigações, a SAD do
Benfica teve de voltar a utilizar dinheiro da banca, de que se tem
tentado afastar (e vice-versa). Com uma linha de crédito aberta em 2017,
foi nos primeiros seis meses de 2020 que a sociedade presidida por Luís
Filipe Vieira utilizou 28 milhões de euros emprestados pelo Novo Banco.
Entre
janeiro e junho, em data não identificada, o Benfica obteve um
empréstimo pedido ao Novo Banco de 28 milhões de euros, informação que
consta do relatório e contas de
julho de 2019 a junho de 2020, apresentado esta semana à Comissão do
Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Esse dado não constava de
relatórios anteriores. Na época anterior estava referido que a Benfica
SAD tinha “contratualizada uma linha de financiamento junto do Novo
Banco no montante máximo de 30 milhões de euros”, mas que não tinha sido
utilizada até àquela data.
À Tribuna Expresso, fonte oficial do SLB esclarece que este é o “único contrato de financiamento bancário atualmente existente entre o Novo Banco e esta sociedade” e que “foi
contratado em Junho de 2017, decorrendo o mesmo da reestruturação e
liquidação de contratos anteriores celebrados desde o exercício de
2008-09”.
COBRIR “NECESSIDADES DE TESOURARIA”
Questionado sobre qual o motivo para acionar uma linha que existe há três anos, o Benfica não especifica: “Esta
linha de financiamento é utilizada em função das necessidades de
tesouraria de curto prazo da Benfica SAD. Ao longo dos exercícios a sua
utilização tem variado desde zero até ao limite máximo utilizável,
dependendo das necessidades pontuais existentes”.
A utilização ocorre nos primeiros meses de 2020, quando o novo coronavírus chegou a Portugal e obrigou a parar o país, prejudicando a obtenção de receitas de várias empresas, como as SAD dos clubes de futebol. E isto num momento em que a sociedade tinha dinheiro a devolver aos seus adeptos.
Em
janeiro, ainda não se imaginava o impacto da covid-19, e a Benfica SAD
decidiu reembolsar antecipadamente obrigações vendidas em 2018 a
investidores, sobretudo adeptos, no montante de 25 milhões de euros
(passando a ter apenas de devolver 20 milhões no próximo ano, a data de vencimento). Só que, em abril, havia mais dinheiro para dar aos investidores que tinham emprestado em 2017 através da subscrição destes produtos financeiros: 48 milhões de euros.
COVID MUDOU PLANOS
No relatório e contas, a SAD admite que a covid-19 mudou os planos. “Aquando do reembolso do empréstimo obrigacionista ‘Benfica SAD 2017-2020’ em abril de 2020, a sociedade
pretendia emitir um novo empréstimo com algumas características
diferentes dos que tinha emitido no passado e sempre com o objetivo de
diminuir a sua exposição do mercado. Contudo, os efeitos da pandemia
associada à covid-19,
que nos meses de março e abril de 2020 ‘paralisaram’ o país e a sua
economia, não permitiram que a Benfica SAD prosseguisse com a sua
estratégia de financiamento”, inscreve o documento.
Mesmo assim, sem “a mínima possibilidade de emitir um novo empréstimo obrigacionista”, o Benfica conseguiu “cumprir
com os seus compromissos perante os obrigacionistas que tinham confiado
os seus investimentos na Benfica SAD, reembolsando-lhes os seus 48,4
milhões de euros”. À Tribuna
Expresso, a fonte autorizada da SAD recusa que o dinheiro emprestado
pelo Benfica tenha servido em parte para ajudar a saldar esta dívida: “autilização da linha apenas depende das necessidades pontuais de tesouraria de curto prazo”.
O que
é certo é que, neste contexto de pandemia, o Benfica teve de pedir
dinheiro à banca, usando a tal linha de financiamento do banco detido
pelos americanos da Lone Star, aumentando
a exposição ao sector financeiro, que tem vindo a reduzir nos últimos
anos (também porque muitos bancos quiseram – ou viram-se obrigados – a
fechar a torneira ao futebol). O Benfica tem crédito da CGD e do
Montepio, mas em montantes muito inferiores (1,2 e 5,9 milhões,
respetivamente).
Só em julho o Benfica conseguiu ultrapassar a situação de tesouraria e emitiu uma nova emissão de obrigações, obtendo 50 milhões emprestados pelos adeptos e investidores que subscreveram o produto financeiro.
O Benfica não revela nem a taxa de juro nem a data em que tem de devolver este dinheiro emprestado pelo Novo Banco – que foi acionista da SAD até 2017, quando vendeu a sua posição ao sócio de Luís Filipe Vieira, José António dos Santos, conhecido por rei dos frangos. Este dinheiro surge na rubrica de empréstimos obtidos correntes, que normalmente tem um prazo inferior a 12 meses. A mesma fonte oficial do Benfica diz que “não está previsto contrair qualquer novo financiamento bancário” para conseguir reembolsar o montante.
OUTRAS SAD COM DIFICULDADES
A SAD liderada por Luís Filipe Vieira não
foi a única a sofrer na tesouraria o impacto da covid-19. O FCP teve de
adiar por um ano o reembolso de uma emissão de obrigações de 35 milhões
de euros, sendo que fica com 70 milhões para devolver em 2021.
No
próximo ano, as três principais SAD ficam com 116 milhões para
reembolsar no próximo ano: a do Benfica é de 20 milhões de euros,
enquanto a Sporting SAD, que teve de recorrer ao lay-off simplificado (poupando 3 milhões de euros, praticamente o custo que teve de pagar pela rescisão do ex-treinador Mihajlovic), também tem outros 26 milhões por pagar.
Tudo isto num cenário de incerteza, em que a quebra de receitas é cenário central, sem adeptos nos estádios e sem proveitos de bilheteira. Na
última temporada, a SAD do Benfica teve lucros de 42 milhões, enquanto a
do Sporting conseguiu resultado líquido positivo de 12,5 milhões.
--- Act. 18/09/2020 - aqui
O ex-juiz do Tribunal da Relação de Lisboa, Rui Rangel, a figura central do caso de corrupção conhecido como Operação Lex foi
acusado com mais de 16 pessoas no âmbito desta investigação, confirmou
esta sexta-feira a Procuradoria-Geral da República. Também a mulher,
Fátima Galante, igualmente ex-juíza da Relação, surge entre o rol
de acusados, que inclui igualmente o antigo presidente da Relação de
Lisboa, Luís Vaz das Neves. O PÚBLICO sabe que também o presidente do
Benfica, Luís Filipe Vieira, foi acusado neste caso, sendo-lhe imputado o
crime de recebimento indevido de vantagem.
A acusação é da responsabilidade dos procuradores-gerais-adjuntos que
são os titulares do caso, Maria José Morgado e Vítor Pinto, apoiados
por duas magistradas do Departamento Central de Investigação e Acção
Penal. Igualmente fundamental nesta investigação foi a Unidade Nacional
de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária.
No centro desta investigação estão as actividades ilícitas de Rui Rangel que terá montado um esquema para vender a sua influência em processos judiciais, com o apoio de vários advogados, umas vezes uma influência real outras vezes fictícia. O empresário José Veiga terá pago centenas de milhares de euros para Rui Rangel o ajudar em alguns processos judiciais, um dos quais um caso de fraude fiscal em que tinha sido condenado.
Já
o presidente do Benfica é suspeito de ter usado a alegada influência de
Rangel para tentar resolver uma acção de uma sociedade do seu universo
empresarial que estava pendente no Tribunal Administrativo e Fiscal
de Sintra. Em causa estava a impugnação de um adicional de 1,6 milhões
de euros exigidos pelas Finanças, a título de mais-valias. Luís Filipe
Vieira terá pago a ajuda de Rangel com bilhetes para a bancada
presidencial na Luz, além de viagens e estadias para o então magistrado
assistir a jogos do Benfica no estrangeiro.
Fátima Galante, que está separada há mais de uma década de Rangel, é
suspeita de ter escrito acórdãos assinados pelo marido e de ter
escondido verbas que saberia terem origem ilícita em contas que mantinha
com aquele.
O caso foi conhecido a 30 de Janeiro de 2018, quando foram detidos cinco arguidos do processo,
incluindo o advogado Santos Martins (que funcionava como um
testa-de-ferro de Rangel), o filho deste, o advogado Jorge Barroso, um
oficial de justiça da Relação de Lisboa e uma ex-companheira de Rangel.
Nos dias seguintes a PGR confirmou que o caso tinha na altura 13
arguidos, incluindo Luís Filipe Vieira e o seu vice-presidente Fernando
Tavares. Do rol de suspeitos fazem ainda parte o antigo presidente da
Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues, e outra companheira de
Rangel, além do pai da ex-namorada que foi detida. Ao longo da
investigação, foram constituídos mais cinco arguidos, num total de 18
pessoas, entre eles o ex-presidente da Relação, Vaz das Neves e o
empresário José Veiga.
A Operação Lex nasceu de uma outra investigação, que ficou conhecida como Rota do Atlântico e
que tem como figura central o empresário José Veiga, sobretudo
conhecido pelas suas ligações ao futebol, nomeadamente, na intermediação
de jogadores. No âmbito deste último inquérito, que ainda está em
investigação, foram realizadas buscas no escritório do advogado Santos
Martins, amigo de longa data de Rangel, que recebera através do seu
único filho avultados montantes de José Veiga. Nas buscas foram
encontrados vários documentos que comprometiam Rui Rangel, nomeadamente
vários talões de depósitos bancários feitos na conta do magistrado e
trocas de e-mails suspeitas.