A Caixa continua a indignar-nos, os pategos que somos coagidos a pagar bilhetes para ver uma comédia que não queríamos que acontecesse.
Dizem-nos alguns que não podemos dispensar a Caixa, porque a Caixa é indispensável como serviço público - o critério de fixação do seus objectivos não pode ser a maximização dos resultados na conta habitual .
Dizem outros que a Caixa é fundamental para o equilíbrio do sistema financeiro, um argumento excessivamente subtil para quem lê os desvarios, os abusos, as incompetências, as conivências, os ludíbrios que se têm abrigado impunemente na Caixa.
Acrescentam outros que a Caixa é necessária mas os seus objectivos não podem ser outros senão os que são prosseguidos por qualquer banco com que concorre - maximizar a remuneração dos capitais que gere.
Para quê, então, a Caixa pública?
Paulo Macedo, o indigitado próximo presidente da Caixa vai defrontar-se à entrada com 3 mil milhões de prejuízos. De quem teve engenho e arte para carrilar a Direcção Geral de Contribuições e Impostos espera-se que faça na Caixa o que fez na DGCI: eficiência na cobrança dos calotes. Um banco, simplesmente, empresta o que lhe emprestaram. Emprestar não custa, o que pode custar é recuperar o emprestado. As perdas da Caixa resultaram exclusivamente da incompetência, conivência ou incontinência dos que emprestaram em seu nome e estão a continuar a cantar para outros cantos.
No mesmo dia em que mais um acto da "Comédia Caixa" parecia ter terminado com a nomeação de Paulo Macedo e uma equipa em construção, lê-se no Expresso Revista que a "CGD pagou indemnização de 71 mil euros a Henrique Cabral Menezes - que tinha sido quadro do BPI durante mais de 10 anos - e era presidente do Banco Caixa Geral (BCG) - do grupo Caixa Geral de Depósitos - para este integrar a equipa presidida por António Domingues.
Menezes, que não entregou a declaração de património e rendimentos, acompanhou Domingues na demissão, sucedeu em Abril de 2014 a Deborah Vieitas, uma brasileira que ganhava quatro vezes mais que o anterior presidente da Caixa, José de Matos, valor que incluía um prémio, algo que estava vedado aos gestores em Portugal. Criado em 2009, o BCG nunca gerou uma rentabilidade satisfatória.
Aliás, em Espanha, a Caixa, onde pontificou o actual presidente da Associação Portuguesa de Bancos, e ex-presidente da Caixa, o desastre não foi menor mas o participante foi alcandorado à presidência no edifício Ceauşescu de Lisboa.
Acabou a Comédia Caixa?
Na Caixa a comédia nunca acabará, a menos que acabem com ela.
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