Thursday, December 15, 2016

IMPOTÊNCIAS DEMOCRÁTICAS


"No final do ano passado, o Sporting enfrentava uma situação complicada. Os 55 milhões de euros de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) que tinham sido emitidos em 2011, e adquiridos em partes iguais pelo então BES e pelo Millenium BCP (cada um com mais de 27 milhões), iriam converter-se em acções da SAD sportinguista a 17 de Janeiro deste ano, caso o Sporting não os pagasse. Esse cenário não agradava nem ao clube, nem aos bancos. Por isso, foi acordada a extensão do empréstimo até 2026, com um aumento de 0,5 pontos nos juros, para 4%. Ou seja, a dívida continua nos bancos".


"O cidadão Francisco Calado Cordeiro indignou-se com aquilo que considera ter sido um "perdão de dívida" do Novo Banco aos leões – o processo é especialmente sensível porque a instituição foi recapitalizada com dinheiro público – e redigiu uma petição que recolheu mais de quatro mil assinaturas, requisito necessário para ser discutida no plenário da Assembleia da República. Os peticionários exigem que o Sporting pague "uma taxa de juro de mercado" ou que "recompre os instrumentos ao preço facial". A discussão está marcada para amanhã à tarde". - aqui



"O debate teve lugar esta tarde e, tal como se antecipava, o Parlamento nada vai fazer para intervir nessa operação. Porém, PCP e Bloco de Esquerda deixaram críticas à forma como a banca actua nestes processos. - aqui



Entretanto,

"O Sporting informou esta quinta-feira que vai ter de pagar 12 milhões de euros ao fundo de investimento Doyen, depois de o Supremo Tribunal da Suíça ter recusado o recurso interposto pelo clube da I Liga portuguesa de futebol". - aqui

O Sporting não é caso único!
Claro que não. Assaltantes dos contribuintes há mais que moscas. 
E na Assembleia da República, de uma ponta à outra do hemiciclo, desculpam-se os impotentes pilatitos.
A uma pequena ou média indústria teriam os bancos exigidos os avales pessoais dos sócios e dos cônjuges. Que, não raramente, perdem tudo o que investiram e o que não investiram no negócio.
Perguntas inocentes: 
Já alguma vez foram exigidas pelos bancos recapitalizados com capitais públicos garantias pessoais aos donos da bola?
Se nem a Assembleia da República nem o Governo podem contrariar estes desaforos com que, impunemente, nos assaltam os bolsos, quem pode por termo à prática destes assaltos? O sr. António Guterres, Secretário-Geral da ONU? 

No comments: