Monday, July 11, 2016

INDIGNIDADE GERAL

Theresa May deverá ser, já depois de amanhã, o próximo primeiro-ministro do Reino Unido, em sequência da desistência de Andrea Leadsom, a outra candidata, se submeter ao voto dos membros do partido conservador em eleições que estavam previstas para Setembro. Deste modo o sr. David Cameron sai de Downing Street mais cedo do que previra quando anunciou a sua renúncia logo após conhecidos os resultados daquela imbecilidade democrática que foi o referendo.

Boris Johson e Michael Gove, que anunciaram renunciar a liderar o processo de transição e tinham declarado o seu apoio a Andrea Leadsom, defensora do Brexit, já transferiram o seu apoio para Theresa May, que defendeu a presença do Reino Unido na União Europeia. 

A notícia acaba de ser publicada no Financial Times aqui - onde a atitude dos três líderes conservadores que mais destacadamente se empenharam na campanha pelo Brexit, conseguindo que uma maioria escassa votasse pela saída, mas alijando logo de seguida responsabilidades pelas consequências do processo de transição, é considerada a indignidade final. 

Indignidade a que se junta outra não menos evidente, a de Nigel Farage, o líder do UKIP que se propôs, e conseguiu, retirar o Reino Unido da UE e, uma vez conseguido o objectivo, disse entretenham-se com esse bico de obra que eu vou à minha vida.

 A srª. May considera que o capitalismo precisa de ser reformado e que o partido conservador que vai liderar está em melhores condições para operar essa reforma que o trabalhista. Do lado trabalhista já foram reclamadas eleições gerais considerando que a srª. May não dispõe de suporte democrático evidente que lhe permita governar. 

Que fariam os trabalhistas com o Brexit se fossem governo? 
Não tiveram, quando deveriam ter tido, uma posição clara sobre uma questão tão decisiva. 
A pusilanimidade trabalhista, neste caso, é tão indigna quanto a dos poltrões que se bateram por um lado para se esquivarem de cena ainda o drama não começou.


2 comments:

Unknown said...

A hipocrisia anglosaxonica tem presença desproporcionada nas noticias aqui e no mundo, ajudado pela grande qualidade dos media internacionais e seu controle pelos ingleses ; esta fornada actual de politicos parece-me ainda pior que o habitual

Asam said...

O actual líder trabalhista, corbin, andava desde há muito, mesmo antes de ser líder, a criticar a Europa, numa atitude populista (tipo bloco e alguns elementos do ps). Mas é daqueles que nunca pensou que sairia da UE!!
Obviamente que os trabalhistas não têm condições para reformar o que quer que seja.