A Segurança Social, garantem os pessimistas, tem o futuro ameaçado.
Tem carência de pilares, garantem os liberais. Falta-lhe a constituição do pilar por conta própria, retirando ao Estado o monopólio da segurança social colectiva.
E todos parecem ignorar que, com muita evidência pública, milhões de portugueses há largos anos se encostam ao pilar dos jogos de azar sem receio dos tombos que a sorte dá.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa anda há anos sem conta a fazer com que a sorte acerte em alguns multimilionários à custa de milhões que não sabem fazer contas, convencidos que a sorte um dia acerte neles.
Segundo as notícias, que só ignora quem quer ignorar, os alvos e as vítimas da raspadinha e de outros jogos de azar são, na esmagadora maioria dos casos, pessoas idosas e fracos, se alguns, rendimentos.
O vício do jogo que promete fazer de cada jogador um multimilionário, se a tômbola é larga, ou um felizardo por um dia, se for estreita, provoca rupturas sociais que, recentemente, foram abordadas nos meios formais de comunicação social.
Que fazer para que a raspadinha não seja, em muitos casos, um vírus multiplicador de miséria material ou mental?
Sabia-se há já muito tempo que o governador da Santa Casa se tinha metido em novas aventuras de azar e perdido, por conta da Casa, uns largos milhões. Saiu o desgovernador e entrou, na expectativa de endireitar o desgoverno, a ex-ministra da Saúde, médica, Ana Jorge.
Ontem soube-se,
A provedora da Santa Casa revelou que a autorização inicial para o investimento no projecto da internacionalização era de apenas cinco milhões de euros e foram gastos 27 milhões."
Hoje soube-se,
É mais um jogo a ser lançado, desta vez destinado a um público-alvo mais jovem. O prémio não é imediato e vai resultar em pagamentos mensais, de acordo com o conceito conhecido por Win for Life.
Haverá neste novo jogo o propósito de incentivar os mais novos a começarem desde cedo a construir o seu próprio pilar de segurança social, um maná sem riscos, inesperadamente, caído da Santa Casa?
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