Há dias, um advogado muito bem sucedido referia num seu espaço televisivo a publicação de um livro de um autor norte-americano, Graham T Allison, The Thucydides Trap: Are the U.S. and China Headed for War?, que, resumidamente, observa a confirmação da afirmação feita por Tucídides, o historiador grego (460 a.C - 400 a.C) autor de "Guerra do Peloponeso": A hegemonia de Atenas foi desafiada por Esparta, da guerra resultou a derrota de Atenas. No futuro a armadilha continuará a funcionar sempre que uma potência hegemónica é desafiada por uma potência emergente.
Segundo contas feitas por Allison, desde então, em 16 cenários semelhantes aconteceram 12 guerras.
E a questão que o autor coloca, e o advogado sublinhou, é esta: Considerando a hegemonia norte-americana no teatro global e a ascensão fulgurante da China, a guerra é inevitável?
Ninguém sabe responder, porque a guerra é possível mas é evitável se a diplomacia for suficiente. Óbvio.
"A guerra é a continuação da política por outros meios", disse Clausewitz no começo do século XVIII. Se Trump, Xi Jinping, Putin, e outros espécies mais pequenos mas perigosos nacionalistas, existentes ou a existir, pensarem o mesmo no século XXI, a armadilha de Tucídides está armada.
"A guerra é a continuação da política por outros meios", disse Clausewitz no começo do século XVIII. Se Trump, Xi Jinping, Putin, e outros espécies mais pequenos mas perigosos nacionalistas, existentes ou a existir, pensarem o mesmo no século XXI, a armadilha de Tucídides está armada.
Espanto-me que o arguto advogado não tenha pensado que a próxima guerra global, que ninguém sabe quando vai ocorrer, será a última porque o arsenal atómico actualmente existente, provavelmente em crescimento, é mais que suficiente para eliminar a espécie humana.
É por não haver uma consciencialização generalizada desta hipótese, que Tucídides não poderia ter previsto, que estão, e continuarão a estar, enquanto a ameaça atómica existir, reunidas as condições para uma guerra global, mais tarde ou mais cedo, destruir a humanidade.
Se não, por que não destroem o perigo atómico?
É pelo equilíbrio do terror que os poderes atómicos poderão cair na armadilha de Tucídides. Mas, desta vez, cairão todos. Eles e os que não meteram o dedo no gatilho.
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