"a literacia financeira é essencial para o
sucesso da supervisão. "A supervisão só é possível se o cidadão comum
tiver um nível mínimo de formação" para lidar com aplicações financeiras
e para gerir o recurso ao crédito, e que se não
houver informação disponível para os cidadãos melhorarem os níveis de
formação financeira, "a função de supervisor fica difícil. Diria mesmo
impossível". E compara o problema da iliteracia financeira a condutores
que não conhecem as regras do código da estrada e não sabem dos riscos." - cf. aqui.
O tema não é original, a carência de literacia financeira tem sido invocada recorrentemente como justificação, ou pelo menos como atenuante, dos fracassos da supervisão bancária do Banco de Portugal.
Mas não colhe.
A comparação da iliteracia financeira financeira com o desconhecimento das regras do código da estrada é, no mínimo, patética ou hipócrita.
Porque os acidentes provocados por incumprimento das regras do código da estrada ou pela falta de civismo de alguns condutores só são atribuíveis aos condutores faltosos. No caso das aplicações financeiras que, em muitos casos, são propositadamente impropriamente designadas por aplicações em "fundos de investimento", a literacia financeira, mesmo a mais avançada, de nada vale se, do outro lado, os agentes financeiros forem incumbidos da venda de produtos inquinados e de formulação opaca ou o supervisor da bolsa ignorar, por incompetência ou complacência, a consistência dos balanços e dos resultados apresentados pelas empresas cotadas.
Por exemplo,
a srª. Elisa Ferreira, altamente letrada em finanças, sabia que o srs. Zeinal Bava e Granadeiro, entre outros, tinham trocado favores com o sr. Ricardo Salgado a níveis que afundaram a PT e provocaram perdas elevadas a milhares de pequenos investidores, antes dos factos terem sido tornado públicos?
Eram financeiramente iletrados os bancos europeus que adquiriram e revenderam produtos tóxicos produzidos nos Estados Unidos da América com aplicações "suprime"?
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