O "Público", que ontem fez 24 anos, entregou por um dia a direcção da edição a Adriana Calcanhoto. Para além do suplemento dedicado ao Brasil, reteve a minha atenção um artigo - De onde veio o homem do chapéu que atravessa as passadeira?- que não passaria de uma mera curiosidade se a jornalista não tivesse ido buscar honorabilidade académica a uma tese de doutoramento defendida na Universidade de Aveiro em 2005 - Representações do masculino e do feminino na sinalética -.
O tema suscitou, aliás, à directora do dia um artigo - O peão e o poeta - irónico, humorado, daquele humor colorido e quente, para ser ouvido, quando lido, com a maviosidade da língua portuguesa falada no Brasil. A ironia de Adriana neste artigo - ao colocar Pessoa no sinal de trânsito - é mais perceptível se o correlacionarmos com o que ela escreve no Editorial - Para tudo se acabar na quarta-feira - um título irónico na oportunidade para quem é directora por um dia, terça-feira de Carnaval. Pergunta Adriana: "Seria mesmo o fato, reza a lenda, de que ele tinha um pênis exageradamente pequenino e era o seu facetador, que o empurrava para ser outro homem qualquer que não seja ele mesmo?"
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Um achado, este de Adriana, e de chapéu, acessório que as damas ainda prezam depois dos cavalheiros o terem abandonado no bengaleiro, que involuntariamente reduz a tese do professor Bessa a uma discussão inútil apesar das suas longas trezentas e senta e duas páginas.
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