Saturday, September 01, 2007

POR QUÊ?

É reconhecido que as perguntas são bem mais importantes que as respostas, a capacidade de perguntar mais subtil que o engenho de responder. A capacidade de um povo em se desenvolver promove-se pela sua inquietação em perguntar e nunca pela indolência em aguardar respostas. Entre uma cultura de interrogação e outra de expectativa a diferença explica o progresso que anima a primeira e o cansaço que atrofia a segunda. As sociedades mais inquietas, as mais jovens, são as mais revolucionárias e inovadoras, porque são as que mais se interrogam. Aliás, não há boas respostas que não procedam de boas perguntas. Aos maiores cientistas não ocorreriam as respostas que os tornaram célebres se não lhes tivesse ocorrido o génio das perguntas motivadoras.
.
Em Portugal convivemos insensivelmente com situações retrógradas que não passam despercebidas a muitos dos que nos visitam ou nos observam porque há muito tempo que, acerca de situações idênticas, se interrogaram e criaram respostas.
.
E quanto mais velhos formos ficando maior será a atrofia da capacidade de perguntar: por quê?
A imigração poderá, de algum modo, injectar alguma inquietação virtuosa, perturbadora da nossa indolência? Oxalá.

No comments: