O relatório do Fraser Institute sobre a liberdade económica observada em 2005 em todo o mundo, segundo os critérios daquele Instituto canadiano, apresenta resultados muito curiosos, dos quais o mais imediato é o ranking dos países segundo o grau de liberdade económica em cada um deles avaliado numa escala de 0 a 10.
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Curioso, porque desde logo o ranking é liderado por Hong-Kong, com grau 8,9, confirmando que o regime (dito comunista) chinês se sente muito confortável com o legado britânico em matéria de fluidez económica naquele território, onde o liberalismo económico parece adaptar-se bem em ambiente não democrático. Aliás, a posição de Singapura (grau 8,8) no segundo lugar do ranking parece confirmar isso mesmo: a liberdade económica não pressupõe a liberdade democrática. Dir-se-á que se trata de territórios com especificidades muito próprias que não consentem extrapolações, por um lado, e que esta é uma perspectiva estática sendo muito mais importante a evolução observada a longo prazo.
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O que é inteiramente verdade. De qualquer modo mesmo a leitura pontual não deixa de apontar para resultados com bastante significado. Por outro lado, o confronto deste ranking com outros, também eles reportados ao mesmo momento, permite-nos concluir que liberalismo económico, democracia, desenvolvimento humano e riqueza material nem sempre andam de braço dado.
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Segundo o ranking - HDI - Índice de Desenvolvimento Humano - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - Hong Kong ocupa 22ª. posição e Singapura a 25ª. Este último indicador inclui o GDP/capita (avaliado em termos de paridade de poder de compra em dólares dos EUA) e relativamente ao qual Hong Kong situa-se na 12ª. posição e Singapura na 21ª.
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Portugal, posicionado em 38º. lugar em termos de liberalismo económico (melhor colocado que a Espanha, a Itália, a França e a Grécia) estava em 28º. lugar em HDI e 33º. em GDP/capita.
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(Continua)
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