Alinhavei, aqui, há dias, uns comentários acerca do caso Madeleine. A hipótese da morte ter sido provocada pela mãe (ou pelo pai, ou por ambos) parecia-me absurda, não conseguindo conciliar qualquer nexo lógico entre o infanticídio e a promoção mediática do caso alimentada pelos pais.
Começo a mudar de ideias depois de ter assistido ao programa "Prós e Contras" de ontem à noite: Se o casal McCann está envolvido na morte (acidental, por administração excessiva de soporíferos, por exemplo) da filha, o seu comportamento público pode entender-se como forma de evitar a destruição das suas carreiras (médicas) profissionais (quem consultaria aquela médica que por descuido matou a própria filha?) e terá excedido os seus intentos ao ser potenciado pelos media tanto em Portugal como no Reino Unido.
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Para além de evidenciar os constrangimentos que rodeiam a actuação da polícia judiciária portuguesa, o programa de televisão de ontem confirmou aquilo que todos sabemos acerca da intervenção irresponsável dos meios de comunicação social, não só em Portugal como em Inglaterra, para só citar os dois países onde se desenrola o drama, noticiando as suposições, próprias ou alheias, revistas e aumentadas. Nada os impede de promover o boato, eventualmente destruidor das suas vítimas, desde que a atoarda venda.
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Poderiam dedicar-se a construir cenários mais ou menos improváveis mas a costela não lhes dá para a ficção policial e regalam-se com o realismo inventado. Eles e, pelos vistos, os leitores e telespectadores de dramas.
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