Thursday, September 13, 2007

OS MAIS LIBERAIS - 2

Retomando o tema anterior, e voltando ao Relatório Anual do Fraser Institute de 2007 sobre liberdade económica, verifica-se que, segundo os critérios considerados por aquele Instituto (Dimensão do Estado/Legislação e Garantias dos direitos de propriedade/Mercados financeiros legais/Liberdade ao comércio intercional/Legislação sobre crédito, relações laborais e negócios/Regulamentação dos mercados de crédito/ Regulamentação do mercado de trabalho/Regulamentação dos negócios) os 38 países (cerca de 25% do total do ranking) mais liberais em matéria económica são, por ordem decrescente:
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Hong Kong, Singapura, Nova Zelândia, Suíça, Estados Unidos da América, Reino Unido, Canadá, Estónia, Irlanda, Austrália, Finlândia, Luxemburgo, Islândia, Chile, Dinamarca, Holanda, Emiratos Árabes Unidos, Alemanha, El Salvador, Oman, Áustria, Chipre, Hungria, Lituânia, Suécia, Letónia, Ilhas Maurícias, Noruega, Japão, Panamá, Costa Rica, Kwait, Casaquistão,Coreia do Sul, Malta, Eslováquia, Arménia, Taiwan, Peru, Jamaica, Bélgica, Botswana, Portugal.
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Dos 38 países mais liberais, 16 (os que não estão escritos a negro) não fazem parte do primeiro quartil dos países com mais elevado HDI - Índice de Desenvolvimento Humano, segundo o Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas. Em contrapartida, não se incluem entre os 25% mais liberais países como a Espanha (39º. do ranking), Israel (44º.), a Itália , a França e a República Checa (52º.), a Grécia (56º.), a Eslovénia (91º) que integram o grupo de países com mais elevado índice de desenvolvimento humano.
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É interessante observar que as repúblicas bálticas, que faziam parte da ex-URSS, apresentam bons índices de recuo do Estado na economia, ligeiramente superiores ao observado no Reino Unido, por exemplo.
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Se, por outro lado, observarmos o conjunto dos países com índices mais baixos de desenvolvimento humano, poderemos constatar que todos eles, sem excepção, apresentam indicadores muito baixos de liberdade económica (EFR).
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O que confirma que desenvolvimento humano e liberdade económica nem sempre se correlacionam estreitamente, e no caso dos países mais pobres, onde o subdesenvolvimento humano é consequentemente mais grave, o baixo nível de liberdade económica é quase sempre causado pelas débeis estruturas do estado. Carece, portanto, de sentido, nestes casos, a consideração dessa ausência de estado como um factor positivo na avaliação da liberdade económica por ser por demais evidente que ela é a principal razão da falta de mecanismos que garantam essa maior liberdade económica.

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