Wednesday, May 24, 2006

A PRAXE

Vergonha universitária
Um terço dos alunos da Universidade de Coimbra concorda com praxe violenta28% dos alunos discordam da ideia de que praxe deve ser facultativa e respeitar quem não quiser aderirMais de 80% dizem-se favoráveis à discriminação sexual, recusando qualquer revisão do código da praxe que iguale os direitos de homens e mulheres.

in blasfémias, de hoje.

A praxe existe porque é gratuita. Se fosse paga, a oferta baixava e a procura também.

Existe, em Portugal, um tabu que comanda a economia do ensino universitário em Portugal: tem de ser tendencialmente gratuito.Este tabu gera diversas perversidades:

tira-se um curso porque, sim senhor, passa a sim doutor;

tira-se história porque havia vaga;

física porque as notas a matemática e a física eram muito baixas, não davam para entrar em engenharia;

tira-se relações internacionais porque não havia mais, etc. etc.etc.

Tira-se um curso superior porque é barato e ...dava milhões.Agora já não dá tanto mas sempre entretem um bocado.

Se o curso superior fosse pago pelo preço que custa, ninguém tiraria um curso se não soubesse o que iria fazer com ele. Porque para saber o que é que pode se fazer com ele, tem de se estudar para saber e não, apenas, para passar e passear.

Uma parte dos que frequentam o ensino superior não tem restrições económicas mas o Estado paga-lhe para eles frequentarem a universidade e divertirem-se.Com tantos constrangimentos orçamentais, todos os esforços financeiros do estado se deviam dirigir para o ensino secundário, com o objectivo de que ninguém deixasse de o completar. Para o ensino universitário deveriam estatuir-se bolsas, para quem as solicitasse e provasse o merecimento, que permitissem uma vida académica decente, e fossem reembolsadas durante a vida profissional.

Se assim fosse, não haveria tempo para estúrdias, por que era o dinheirinho deles que estaria em causa e não o nosso.

Quanto à praxe Coimbrã, que se alastrou às outras universidades, ela radica numa prática antiga que aplaudia o pilha-galinhas e ridicularizava o "urso". Já nesse tempo, a Universidade, sendo frequentada por gente que tinha posses suficientes, na maior parte dos casos ia até Coimbra para se divertir, roubar galinhas, embebedar-se, e dormir com as tricanas que iam na conversa.

Por essas e por outras, a Universidade de Coimbra é bem o símbolo bafiento do que mais de retrógrado vegetou no ensino superior em Portugal.

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