Há dias transcrevi aqui, neste caderno de apontamentos, parte de um comentário de colunista habitual no Washington Post no último dia de julho sobre a afirmação recente do Secretário-Geral das Nações Unidas: "... terminou a era do aquecimento global, ... chegou a era da ebulição global ..." - “The era of global warming has ended,” Guterres declared in a news briefing at the United Nations’ headquarters in New York on Thursday. “The era of global boiling has arrived.”.
Só o A P C contraditou, chamando em defesa das suas posições conhecidas sobre o assunto um artigo de Henrique Gomes - Histeria climática ou competitividade e adaptação? Obrigado António.
Supondo conhecer a substância das declarações do Papa Francisco sobre alterações climáticas, deu-me hoje a minha propensão de colecionador ocasionalmente holístico para procurar na net declarações, preocupações, de Francisco sobre o tema.
António,
---
O Papa aos jovens: sejam mestres que defendam a vida do planeta
" Também este idoso que vos fala sonha que a vossa geração se torne uma
geração de mestres: mestres de humanidade, mestres de compaixão, mestres
de novas oportunidades para o planeta e seus habitantes, mestres de
esperança. Mestres que defendam a vida do planeta, ameaçada neste
momento por uma grave destruição ecológica.” - VATICAN NEWS
JMJ 2023 - Primeiro discurso do Papa Francisco em Portugal
" ... As grandes questões hoje, como sabemos, são globais e já muitas vezes tivemos de fazer experiência da ineficácia da nossa resposta às mesmas, precisamente porque o mundo, diante de problemas comuns, se mantém dividido ou pelo menos não suficientemente unido, incapaz de enfrentar juntos aquilo que nos põe em crise a todos. Parece que as injustiças planetárias, as guerras, as crises climáticas e migratórias correm mais rapidamente do que a capacidade e, muitas vezes, a vontade de enfrentar em conjunto tais desafios..."
As referências ao ambiente nos discursos do Papa Francisco na JMJ Lisboa 2023 - aqui
" ... Na primeira vez que o Papa Francisco discursou em Lisboa, no contexto da JMJ, a ecologia voltou a não passar despercebida. “O Oceano lembra-nos que a existência humana é chamada a viver da harmonia com um ambiente maior que nós; este deve ser guardado com cuidado, tendo em conta as gerações mais novas”, transmitiu o Santo Padre, no Centro Cultural de Belém (CCB) no encontro com o Presidente da República, as Autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático no primeiro dia de visita a Portugal.
Também
durante a manhã de hoje, no encontro com jovens na Universidade
Católica Portuguesa, o Papa voltou a recordar o tema, concordando com o
testemunho de alguns dos estudantes, ao chamar a atenção para que todos
reconheçam “a urgência dramática de cuidar da Casa Comum”. “Não
podemos contentar-nos com simples medidas paliativas ou com tímidos e
ambíguos compromissos. Neste caso, os meios-termos são apenas um pequeno
adiamento do colapso”, acrescentou. Na mesma mensagem, deixou nos
jovens a esperança de que são eles os protagonistas da mudança: “Vós
sois a geração que pode vencer este desafio: tendes instrumentos
científicos e tecnológicos mais avançados, mas, por favor, não vos
deixeis cair na cilada de visões parciais. Não esqueçais que temos
necessidade duma ecologia integral”....texto completo aqui
3 comments:
Meu caro Rui:
Como ainda não estou absolutamente tonto, distingo claramente a religião católica de que procura seguir os grandes princíoios, embora muito desatento aos rituais, distingo, repito, a religião católica da religião ambiental cujos princípios estou muito longe de professar.
Esta nova religião laica aparece com dogmas incontestados e incontestáveis, até num tempo em que o próprio dogma da infabilidade papal já foi abandonado. A religião ambiental criou os novos herejes, ao contrário do Papa católico que a todos quer acolher.
E assim, meu caro, não misturemos as coisas. Admiro o Papa Francisco pela sua interpretaão da da religião , mas não tanto pelas as suas convicções pessoais sobre as alterações climáticas antropogénicas. Já quanto ao insigne Secretário Geral da ONU, bom, com toda a caridade, penso que possa estar a caminho de ficar lélé da cuca quando diz que o planeta já está no estado de ebulição.
E como já se passaram uns dias e o planeta não se evaporou...
Grande e amigo abraço, esse bem firme
António
CARO RUI:
Procurei enviar um comentário, mas creio que terá encalhado antes de seguir. Era mais ou menos isto:
De facto procuro seguir os ensinamentos da religião católica, embora, e lamentavelmente, falhe muito os rituais. Mas o que interessa é o espírito, assim diz o Papa Francisco...Mas uma coisa é a religião católica e outra a nova religião laica ambiental. Uma religião que criou o dogma do aquecimento global antropogénico e cancela os herejes que o colocam em causa, isto num tempo em que a própria religião católica abandonou o dogma da infabilidade. Claro que se vale da sua comunidade científica , cancelando toda a outra. Aliás, já foi a comunidade científica da altura que comprovou que o sol andava à volta da terra, e levou à condenação de Galileu à fogueira. Valeu-lhe o ser amigo do Papa, que o livrou da pena.
Quanto ao actual Papa, que muito admirava e passei agora a admirar muito mais, pois tem a sua convicção sobre a nova religião e ninguém lhe nega esse direito. Õ seu capital próprio aguenta bem algum passivo.
Já quanto ao Secretário-Geral da ONU que invocas, aí penso, e fortemente imnbuído da virtude da caridade, que poderá estar a caminho de lélé da cuca se insistir em dizer, como disse, que o planeta está em ebulição. Mas como passaram já vários dias e o planeta não se evaporou, pode ser que a cuca também lhe arrefeça.
E penso também que se dedicasse mais a acabar com a guerra na Ucrânia talvez o planeta arrefecesse bastante...
Caricatura? Os leitores, e tu, julgarão
Caricatura não é o abraço que daqui te envio
António
Obrigado António,
Confirmas os teus argumentos, tantas vezes invocados.
Não esperava de ti outra resposta, conhecendo bem as tuas bem sedimentadas convicções acerca deste e de outros temas.
Para mim, que não tenho credo, nem clube nem partido político, embora sempre interessado em observar os comportamentos humanos, todas as convicções são exuberâncias de contradições.
Abraço
Rui
Post a Comment