Ouvem-se e lêem-se comentários de colunistas e opinadores ocasionais insurgindo-se contra a divulgação de notícias que não coincidam com as suas perspectivas, geralmente mais indulgentes, não raras vezes mal disfarçando o incómodo de assumir, sem mas nem meios mas, a sua posição relativamente ao arrasamento da Ucrânia às ordens de Putin. (e, já agora, sobre a eventual eleição de Le Pen como próxima presidente da França).
"- Sim sou contra a invasão da Ucrânia mas convém considerar ..."
Alegam estes incomodados que, porque vivemos num país onde o pensamento e a liberdade de opinião é pedra de toque fundamental de qualquer regime verdadeiramente democrático, é, para eles, inaceitável que sejam contraditadas as suas posições.
Um argumento que é facilmente reversível: têm os incomodados toda a liberdade para expressarem os seus "mas, porém, todavia, contudo" adversativos, mas não lhes assiste, pelas mesmas razões que invocam, o direito de negarem aos que assumem claramente as suas posições a liberdade de o fazerem de forma frontal e convincente.
Criticam também a divulgação e comentário de notícias sobre o arrasamento da Ucrânia alegando que essas notícias só servem para meter medo às pessoas ... Estranha-se é que não se insurjam com a divulgação de imagens chocantes do arrasamento e da carnificina transmitidas a todo o momento pelas televisões. Deveriam ser caladas?
Na Rússia e países amigos, são.
Contrariamente ao que dizem os acomodados, não é a "divulgação de notícias (não as falsas notícias, ou fake news) - eventualmente chocantes - que andam a meter medo medo às pessoas" que tornam o mundo mais perigoso.
Não, "o que faz falta é avisar a malta", avisar os jovens dos perigos que ameaçam a sua sobrevivência, nomeadamente o reavivar da ameaça nuclear que pode, indiscutivelmente, arrasar e extinguir a espécie humana. A juventude deveria ser avisada e motivada a mobilizar-se numa luta pacífica, mundial, pelo completo desarmamento nuclear, porque só deste modo a sua sobrevivência estará garantida ainda que nunca completamente em paz.
Já abordámos este tema noutro apontamento há dias. Volto ao assunto porque, estando consciente que é insignificante o contributo que consigo dar, dou o que posso dar.
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Não é meu hábito transcrever aqui neste caderno de apontamentos, integralmente e sem comentários meus, artigos pescados na imprensa diária.
Mas, nos últimos dias, tenho transgredido a regra e hoje volto a transgredir com a transcrição de quatro artigos, dois relacionados com acontecimentos que focam a União Europeia à beira do precipício para uma queda que arrastaria o mundo; os outros dois, inquestionavelmente fracturantes na visão da política no nosso país a médio prazo.
Lamentavelmente, há neste mesmo momento dezenas de outros artigos tanto aos mais perturbadores e polémicos do que os que transcrevi.
Este caderno de apontamentos não é, nunca quis ser um diário, mas um bloco de reflexões avulsas, marcos discretos de um caminho percorrido. Onde reavivo a memória com fotos de lugares por onde passei e opiniões que ouço mas não comento porque não teria nada a acrescentar ainda que discordasse delas.
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