Na União Europeia continua o jogo do faz de conta.
Terminaram às sete da manhã, depois de uma noite inteira de discussões, os trabalhos do grupo incumbido da elaboração de um projecto coxo de união bancária. E, da noite ensonada, saiu uma proposta claramente minutada pelas posições alemãs.
Coxo, porque das três pernas necessárias à sua sustentação equilibrada, a união bancária pretendida pela Alemanha e pelos seus seguidores (não esquecer os seguidores) iniciar-se-á com a centralização da supervisão sem que daí decorra a centralização da garantia dos depósitos e a institucionalização do BCE como garante de último recurso do sistema. A preocupação imediata do documento divulgado esta manhã volta-se para à eventual liquidação de bancos insolventes com recurso a fundos limitados deixando quase incólumes os banqueiros.
Na opinião de Paul De Grauwe, citado aqui, "A chave de uma união bancária é uma autoridade com poder financeiro. Se essa autoridade não existe não há união bancária. Se a intenção era cortar a perigosa ligação entre a banca e os governos, no caso de ocorrer uma crise semelhante à de 2008 cada país ficará entregue a si mesmo"
Wolfgan Münchau, afirma aqui que a Europa deve vetar uma "união bancária falhada". Por outro lado, o principal lobby da City de Londres reclama, vd. aqui, maior capacidade de enfrentamento dos riscos decorrentes de uma supervisão centralizada, negando subordinação a um Draghi ou a um qualquer Constâncio (muito compreensívelmente, neste caso, reconheça-se) sentados em Frankfurt.
É esta a União que se propõe intervir na "guerra da Crimeia"!
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Correl. - La UE alcanza un acuerdo sobre el mecanismo de cierre de bancos
1 comment:
Noto que os clamantes da união bancaria plena, olham com grande afinco para a saude financeira de alguns e para a sua capacidade de gestão. Em troca só oferecem defices que defendem não reduzir para já. Será que acham que os ricos são tolos?
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