Meu caro Joaquim,
Perguntaste-me, a que título se impede o Irão de desenvolver projectos de produção de energia nuclear, ainda que para fins bélicos, se os Estados Unidos, a Rússia, a China, a Índia, o Paquistão, a França, a Inglaterra, Israel, e não sei mais quantos, não desarmam e se arrogam o direito de continuarem a ter arsenais nucleares e a Coreia do Norte continua, aparentemente sem grande oposição, a trabalhar naquele sentido.
Quero pensar que tu, com tua pergunta, só querias dar corda ao realejo, mas estou convicto que há muita gente bem pensante que por desfastio ou moda anti americana acha, ou supõe achar, que se os americanos têm tanta bomba porque é que os outros, por exemplo os persas, não hão-de ter também o seu brinquedo atómico. Posta desta forma, a coisa até parece ser uma questão moral: se há moralidade, todos temos de ter a bomba!
A estes os moralistas não causam engulhos as bombas já espalhadas mas as bombas por espalhar. É mais ou menos a preocupação que tu terias se o teu vizinho do apartamento ao lado armazenasse em casa um barril de pólvora mas os outros nos andares em baixo e nos andares em cima não tivessem ainda feito o mesmo. É a moralidade do quanto mais pólvora, melhor.
A mim preocupa-me esta estranha forma de moral porque, desta vez, se houver um rebentamento no paiol, mesmo que seja por descuido, vai tudo pelos ares, incluindo os nossos netos, não sei se já tinhas pensado nisso.
A “Realpolitik”, não sendo, no campo dos princípios, eticamente louvável, é fundamental para dar tempo ao tempo de assegurar que as ameaças se desfaçam e a humanidade continue. A diplomacia, já alguém o disse, é a continuação da guerra por outros meios, e, neste mundo perigoso em que vivemos, quando a diplomacia falhar no último instante, a Terra continuará, provavelmente, ser uma bela bola azul às voltas no Universo, mas medonhamente silenciosa porque até os grilos terão morrido nas suas tocas.
A “Petropolitik” (não sei se o termo já existe) é uma forma particular da “Realpolitik” e assenta na conjugação dos factos seguintes:
No Médio Oriente encontram-se cerca de dois terços das reservas petrolíferas mundiais conhecidas, (no Irão, em particular, encontram-se as segundas maiores reservas do mundo); não existem, de momento, alternativas energéticas suficientes e as perspectivas de mudança são demoradas; os movimentos que no Médio Oriente lutam pela tomada do poder, o mais mediático dos quais é a Al-Qaeda desfruta, generalizadamente, naquela região do globo de níveis de popularidade elevados e crescentes, têm como objectivo confessado dar o xeque-mate à civilização ocidental através do garrote no abastecimento petrolífero, porque sem petróleo o mundo desenvolvido não sobrevive.
A estratégia destes movimentos terroristas, nem sempre aliados e frequentemente inimigos entre si, tem um objectivo primordial (a tomada do poder mundial), uma bandeira (o Alcorão), um trunfo (o petróleo), precisam de armas nucleares para jogarem o trunfo à medida dos seus desígnios.
O Alcorão, segundo Suleiman Valy Mamede, que foi presidente do Conselho Directivo do Centro Português de Estudos Islâmicos, é tratado com suma reverência pelos verdadeiros crentes, de tal modo que na capa aparece muitas vezes uma inscrição proibindo que seja tocado com mãos sujas ou por qualquer pessoa em estado de impureza. Note-se que o Alcorão, entre os crentes, é um verdadeiro Código da Vida…” .
O Alcorão, em muitos casos, é sobretudo, um Código de Intolerância e de Incitamento à Guerra. Entre outros preceitos, o Alcorão determina, por exemplo, no cap. IX. vers. 38 a 52 (Manifesto de guerra) : “Combatei quer estejas mal ou bem armados! Combatei com as vossas riquezas e as vossas pessoas na senda de Deus: isso é melhor para vós, já sabeis.”
As despropositadas manifestações na “rua muçulmana”, a propósito dos cartoons dinamarqueses demonstram, inequivocamente, que aquela gente é embriagada pela religião e manipulada pelos pretendentes ao poder. Os cartoons, publicados há seis meses atrás, num jornal de pouca visibilidade e dirigido por indivíduos ligados à extrema-direita, foram o pretexto que se não tivesse existido teria sido inventado.
A atitude, mais ou menos condescendente, dos países ocidentais perante tanta diatribe e ódio não pode ser se não entendida como a hipoteca da alma ocidental ao diabo para não vir a estiolar de sede de petróleo. É a “Petropolitik”, a forma mais acabada mas disfarçada de medo universal. A discussão que a histeria muçulmana provocou nos países ocidentais tem de entender-se como uma diferença de opiniões entre os pragmáticos que usufruem dos benefícios dos derivados do petróleo, que são muitos, e aqueles que usufruem desses mesmos benefícios mas que não se aperceberam ainda, por miopia política ou falta de informação que um dia destes poderão estar sitiados numa fortaleza sem abastecimentos.
A estratégia destes movimentos terroristas, nem sempre aliados e frequentemente inimigos entre si, tem um objectivo primordial (a tomada do poder mundial), uma bandeira (o Alcorão), um trunfo (o petróleo), precisam de armas nucleares para jogarem o trunfo à medida dos seus desígnios.
O Alcorão, segundo Suleiman Valy Mamede, que foi presidente do Conselho Directivo do Centro Português de Estudos Islâmicos, é tratado com suma reverência pelos verdadeiros crentes, de tal modo que na capa aparece muitas vezes uma inscrição proibindo que seja tocado com mãos sujas ou por qualquer pessoa em estado de impureza. Note-se que o Alcorão, entre os crentes, é um verdadeiro Código da Vida…” .
O Alcorão, em muitos casos, é sobretudo, um Código de Intolerância e de Incitamento à Guerra. Entre outros preceitos, o Alcorão determina, por exemplo, no cap. IX. vers. 38 a 52 (Manifesto de guerra) : “Combatei quer estejas mal ou bem armados! Combatei com as vossas riquezas e as vossas pessoas na senda de Deus: isso é melhor para vós, já sabeis.”
As despropositadas manifestações na “rua muçulmana”, a propósito dos cartoons dinamarqueses demonstram, inequivocamente, que aquela gente é embriagada pela religião e manipulada pelos pretendentes ao poder. Os cartoons, publicados há seis meses atrás, num jornal de pouca visibilidade e dirigido por indivíduos ligados à extrema-direita, foram o pretexto que se não tivesse existido teria sido inventado.
A atitude, mais ou menos condescendente, dos países ocidentais perante tanta diatribe e ódio não pode ser se não entendida como a hipoteca da alma ocidental ao diabo para não vir a estiolar de sede de petróleo. É a “Petropolitik”, a forma mais acabada mas disfarçada de medo universal. A discussão que a histeria muçulmana provocou nos países ocidentais tem de entender-se como uma diferença de opiniões entre os pragmáticos que usufruem dos benefícios dos derivados do petróleo, que são muitos, e aqueles que usufruem desses mesmos benefícios mas que não se aperceberam ainda, por miopia política ou falta de informação que um dia destes poderão estar sitiados numa fortaleza sem abastecimentos.
Isso acontecerá no dia em que o Presidente do Irão, que faz questão de negar o Holocausto, convicção que se lhe alojou, irreparavelmente, na cabeça depois de uma vida a recitar o Alcorão, puder premir o botão que arremessará a sua primeira ogiva nuclear.
Oxalá me engane!
Ua xa illah! (e queira Deus)
1 comment:
Discordo da proleferação nuclear, discordo também da energia nuclear, seja qual for o fim.
Como é que o Irão se torna uma ditadura teocrática ? Nos anos 50 Mossagehi, o primeiro-ministro eleito, nacionalizou a indústria petrolífera. A CIA reagiu, provocou um golpe de estado, e instalou a ditadura do Xá. Reagan "apoiou" a Revolução de 1979 - Caso Irão-Contras, Oliver North. Bush bombardeia e invade o inimigo iraquiano baseado numa sucessão de mentiras e à margem das leis internacionais. Bush "diz que age como age depois de ouvir a voz de Deus...de alcóolico a ...Presidente da mais poderosa nação do mundo.
A crise económica iraniana (esgota-se o modelo revolucionário) empurra o seu Presidente para o nuclear. O que fazer ? Bombardear o Irão ? E os EUA estão a desmantelar o seu arsenal nuclear ? Ou investem em mais centrais, em mais e novas e poderosas armas ? Quem foi o único país a lançar bombas atómicas ? Nagasaki ? E o país que lançou armas químicas no Vietname (agente laranja ) ? E qual é o país que não permite inspeções às suas armas no seu território (nem os ingleses lá entram)? Além do estatuto de Israel ser estranho (tem o nuclear e não assina qualquer tratado de não proleferação).
Discordo da proliferação, seja no Irão, na Coreia do Norte...ou na Antártida, mas haja coerência e sinais óbvios de boa vontade.
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