Friday, October 11, 2024

NOBEL DE QUAL PAZ?

 

"The Norwegian Nobel Committee has decided to award the 2024 #NobelPeacePrize to the Japanese organisation Nihon Hidankyo. This grassroots movement of atomic bomb survivors from Hiroshima and Nagasaki, also known as Hibakusha, is receiving the peace prize for its efforts to achieve a world free of nuclear weapons and for demonstrating through witness testimony that nuclear weapons must never be used again."

Ouvi esta manhã, a transmissão em directo, às 10:00 horas, do anúncio da atribuição do Prémio Nobel da Paz à Organização japonesa Nihon Hidankyo.
 
Grande parte das atribuições deste prémio tem sido alvo de controvérsia. 
Não é esperável que seja o caso da atribuição deste ano. 
E, no entanto, apesar do merecimento da Organização hoje distinguida, da extrema pertinência dos seus objectivos, de apoio aos sobreviventes, de alerta para o potencial dos arsenais atómicos, em crescimento de capacidade e sofisticação, de destruição de todos os seres vivos, a recordação das imagens e os  arrepiantes testemunhos dos sobreviventes em Hiroshima e Nagasaki, não terão eficácia para inverter a actual caminhada da estupidez humana para a sua auto destruição. 

Quantos humanos tiveram conhecimento desta notícia e sentiram o mais ligeiro estremecimento pelo horror passado e o incomensurável terror futuro para onde a humanidade, sonâmbula, se encaminha?
Não, defenitivamente, este alerta não alterará a caminhada para  autodestruição enquanto os arsenais nucleares se mantiverem activos, a crescer em volume e "eficácia". Nunca este termo "eficácia" será tão danadamente apropriado como neste caso.

Não, defnitivamente, a divulgação das imagens do horror nuclear, vezes sem conta repetidas, da solidariedade que os testemunhos dos sobreviventes momentaneamente possam suscitar, não obrigarão os que têm nas suas mãos os comandos da destruição global a arrepiar caminho. 

Têm de ser os jovens a exercer sobre os senhores dos destinos da humanidade a pressão suficiente para os obrigar a ceder.
Tenho escrito neste bloco de notas as razões pelas quais só os jovens, porque são eles que mais perdem, podem determinar a inflexão de uma trajetória diabólica que não dá sinais de mudar de rumo.
 
Para um confronto com uma ameaça global só uma mobilização global dos mais ameaçados. 
Uma mobilização global que seja suscitada pela informação a todo o mundo jovem do potencial destruidor susceptível de, por decisão de estupidez extrema ou acidente imprevisível, destruir todos os seres vivos do planeta Terra.
Uma divulgação que implicaria denunciar para eliminar um tabu: o de que não se devem amedrontar os jovens com cenários dantescos, e que vivam felizes na paz da sua ignorância.

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