Ouço na rádio que Israel atacou o Irão ...
Que nos arredores de Lisboa houve distúrbios durante a noite com viaturas incendiadas, caixotes do lixo queimados ...
Que ...tanta ameaça a acontecer, tanta revolta a repetir-se ...
Não faltam notícias aos media, que fazem da sua transmissão e retransmissão até ao tutano uma exigência da função e modo de ganhar meios de vida.
É a vida a acontecer entre um mundo a desconjuntar-se à vista de quem não seja cego e surdo, ao mesmo tempo anojado e, o mais das vezes, perversamente interessado no que ouve e vê.
A quase mais que certa vitória de Trump nas eleições de hoje a dez dias, por maioria de delegados no Colégio Eleitoral, dada pelos votos tangenciais em dois ou três swing states, ainda que o voto popular seja inutilmente maioritariamente atribuído a Harris, provocará um tsunami político global devastador.
Sem que ninguém, com suficiente capacidade para se fazer ouvir, avise a Humanidade que o caminho aponta para a sua autodestruição. Muitos dizem isso, mas o aviso perde-se por perto.
Quem é que, pelo lugar que ocupa e pelo conhecimento que tem das fragilidades que sustentam o precário equilíbrio da vida da humanidade inteira, pode fazer-se ouvir suficientemente bem longe?
Poderia ser o secretário-geral das Nações Unidas se o lugar fosse hoje ocupado por alguém suficientemente corajoso, livre de ideologias e preconceitos, para dizer a verdade, inequívocamente demonstrada mas muito limitadamente divulgada, mas esse não é, lamentavelmente, o perfil pusilânime de António Guterres.
Que, nas actuais condições, nem coragem tem para fazer o que deveria: demitir-se.
As funções de secretário-geral da ONU, desprovidas de poder de intervenção efectivo, nunca foram fáceis mas também nunca foram tão difíceis como nos tempos generalizadamente tempestuosos actuais porque também nunca a capacidade destruidora da vida no planeta atingiu os níveis em que se encontra agora.
Ao secretário-geral da ONU só resta um poder: o da palavra. A palavra que possa mobilizar a capacidade de insurreição dos jovens, aqueles que são os mais ameaçados pela capacidade de destruição global armazenada, à espera que a loucura ou o acaso acenda o rastilho.
Era esta a verdade que Guterres poderia e deveria dizer aos jovens mas é incapaz de dizer porque o seu estilo sempre o guiou para um equilíbrio na corda bamba.
Talvez o título da nota colocada hoje neste meu caderno de apontamentos possa parecer sensacionalista.
Não é essa a intenção. E não é, porque, a generalidade da opinião pública mundial reflectida nos mais diversos meios de informação não subterrâneos, aponta no sentido da eventual eleição de Trump provocar um tombo no precário equilíbrio geopolítico global capaz de precipitar uma guerra nuclear que será a próxima mas também a última.
Trump é um declarado apoiante de Putin com desprezo, como este, por todos os valores morais que caracterizam a civilização ocidental.
Que ou se subjuga aos dois ditadores ou resiste sem capacidade de resistência.
Um dos dois, Trump e Putin, perante a expectativa do terceiro candidato à liderança global, Xi Jimping, quererá ser único e a guerra nuclear será inevitável.
Se não, como?
Nunca na História da Humanidade o poder de um triunvirato subsistiu por largo tempo.
--- Correlacionado
Guterres cumprimenta Putin, em posição subserviente, durante a recente reunião dos "Brics", na Rússia.
Para quê? Não se sabe.
Porquê? Porque é próprio da sua natureza.
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